Como discípulos de Jesus, somos chamados a renunciar tudo aquilo que toma o lugar mais importante em nossos corações para seguir a Ele, e isso inclui sacrificar nossas próprias vontades e desejos em favor da vontade de Deus.
Vamos explorar o significado, a importância e os desafios da renúncia e do sacrifício pessoal, à luz das Escrituras Sagradas.
Significado de Renúncia e Sacrifício Pessoal
Renúncia e sacrifício pessoal envolvem abrir mão de nossas próprias ambições, confortos, identidade e interesses em favor da vontade de Deus.
Isso pode incluir renunciar a prazeres passageiros, confortos materiais, relacionamentos prejudiciais e até mesmo nossos próprios planos e sonhos.
É uma entrega total de si mesmo a Deus, reconhecendo Sua soberania e priorizando Sua vontade sobre a nossa.
Vale lembrar que só conseguimos fazer essas coisa pela fé, confiança e poder do Espírito Santo.
A Importância da Renúncia e do Sacrifício no Discipulado
A renúncia e o sacrifício são elementos essenciais do discipulado cristão porque refletem o exemplo de Jesus, como Ele mesmo afirma em Mateus 16:24:
Então Jesus disse aos seus discípulos: — Se alguém quer vir após mim, negue a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me.
Esta declaração é feita após Pedro ter reconhecido Jesus como o Cristo, o Filho do Deus vivo (Mateus 16.16).
Jesus está revelando a eles o verdadeiro significado de ser discípulo, e isso implica negar a si mesmo e estar disposto a assumir, para cada um, a sua própria cruz.
Ou seja, assim como Jesus tinha uma cruz para levar, eu e você, também temos uma a ser carregada.
Na época de Jesus, a cruz era um símbolo de morte e vergonha.
Ao chamar Seus discípulos a tomarem sua própria cruz, Jesus os desafia a estarem dispostos a suportar dificuldades, o peso dos próprios pecados, carregar o espinho na carne, perseguições e até mesmo a morte por causa de sua fé nEle.
Seguir a Jesus implica renunciar a si mesmo e estar disposto a assumir sua própria cruz, mesmo que isso signifique sacrificar nossos próprios interesses e até mesmo nossas vidas.
Sim, Jesus é radical, e isso está manifestado claramente em Lucas 14:25-35:
Uma grande multidão seguia Jesus, que se voltou para ela e disse: “Se alguém que me segue amar pai e mãe, esposa e filhos, irmãos e irmãs, e até mesmo a própria vida, mais que a mim, não pode ser meu discípulo. E, se não tomar sua cruz e me seguir, não pode ser meu discípulo. “Quem começa a construir uma torre sem antes calcular o custo e ver se possui dinheiro suficiente para terminá-la? Pois, se completar apenas os alicerces e ficar sem dinheiro, todos rirão dele, dizendo: ‘Esse aí começou a construir, mas não conseguiu terminar!’. “Ou que rei iria à guerra sem antes avaliar se seu exército de dez mil poderia derrotar os vinte mil que vêm contra ele? E, se concluir que não, o rei enviará uma delegação para negociar um acordo de paz enquanto o inimigo está longe. Da mesma forma, ninguém pode se tornar meu discípulo sem abrir mão de tudo que possui. “O sal é bom para temperar, mas, se perder o sabor, como torná-lo salgado outra vez? O sal sem sabor não serve nem para o solo nem para adubo; é jogado fora. Quem é capaz de ouvir, ouça com atenção!”.
Essa passagem nos desafia a considerar seriamente o custo de seguir a Jesus e a estar dispostos a pagar esse preço, sabendo que a recompensa de estar em comunhão com Ele e participar de Seu Reino supera em muito qualquer sacrifício que façamos.
Em Marcos 10:29-30, Jesus ainda adiciona alguns elementos sérios:
Jesus respondeu: “Eu lhes garanto que todos que deixaram casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos ou propriedades por minha causa e por causa das boas-novas receberão em troca, neste mundo, cem vezes mais casas, irmãos, irmãs, mães, filhos e propriedades, com perseguição, e, no mundo futuro, terão a vida eterna.
Desafios da Renúncia e do Sacrifício Pessoal
Embora a renúncia e o sacrifício sejam fundamentais para o discipulado, enfrentamos muitos desafios em colocá-los em prática.
Nossa natureza pecaminosa nos leva a buscar nossa própria satisfação e conforto, o que pode entrar em conflito com a vontade de Deus.
Além disso, enfrentamos pressões externas da sociedade que nos incentivam a buscar sucesso, prazer e segurança neste mundo, muitas vezes à custa do nosso compromisso com Cristo.
Vamos ver de forma detalhada e como superar estes desafios abaixo:
Desafios | Por que são desafiadores? | Como o Espírito Santo nos ajuda? |
---|---|---|
1. Natureza pecaminosa | A tendência humana é buscar satisfação pessoal e evitar o desconforto, o que pode entrar em conflito com a vontade de Deus. | O Espírito Santo nos capacita a vencer a carne e a viver em conformidade com a vontade de Deus (Gálatas 5.16). |
2. Pressões externas | A sociedade muitas vezes nos incentiva a buscar sucesso, prazer e segurança neste mundo, desviando-nos do foco em seguir a Cristo. | O Espírito Santo nos dá discernimento para resistir às influências negativas e nos fortalece para permanecer firmes em nossa fé (Efésios 6.10-12). |
3. Medo do desconhecido | Renunciar ao que é familiar e confortável pode gerar ansiedade e medo do desconhecido. | O Espírito Santo nos dá paz que excede todo entendimento e nos capacita a confiar na soberania de Deus, mesmo quando não entendemos (Filipenses 4.6-7). |
4. Tentação de conformar-se | A pressão para se conformar ao padrão deste mundo pode nos fazer ceder aos desejos da carne e comprometer nossa devoção a Cristo. | O Espírito Santo nos capacita a sermos transformados pela renovação da nossa mente, permitindo-nos discernir a boa, agradável e perfeita vontade de Deus (Romanos 12.2). |
5. Desapego emocional | Abandonar laços emocionais pode ser extremamente difícil e doloroso, especialmente quando envolve relacionamentos familiares ou amorosos. | O Espírito Santo nos consola em nossas aflições e nos fortalece para suportar as dificuldades, lembrando-nos do amor incondicional de Deus por nós (2 Coríntios 1.3-4). |
6. Perda de conforto material | Renunciar a bens materiais pode significar abrir mão de segurança e conforto, gerando preocupação e incerteza sobre o futuro. | O Espírito Santo nos lembra de que Deus é nosso provedor e que Ele cuida de nós, mesmo quando enfrentamos dificuldades financeiras (Mateus 6.25-34). |
7. Oposição e perseguição | Seguir a Cristo pode resultar em oposição e perseguição daqueles que não compartilham da mesma fé, o que pode causar isolamento e sofrimento. | O Espírito Santo nos fortalece para enfrentar a oposição e a perseguição, nos dando coragem para permanecer fiéis mesmo diante da adversidade (João 15.18-21). |
8. Dúvidas e questionamentos | No processo de renúncia e sacrifício, é comum surgirem dúvidas e questionamentos sobre a validade de nossas escolhas e o propósito de Deus para nossas vidas. | O Espírito Santo nos guia para toda a verdade e nos ajuda a manter nossa fé firme, lembrando-nos das promessas e da fidelidade de Deus em todas as circunstâncias (João 16.13). |
9. Resistência interna | Mesmo quando reconhecemos a importância da renúncia e do sacrifício, nossa carne muitas vezes se rebela contra a submissão à vontade de Deus. | O Espírito Santo nos capacita a vencer a resistência interna, renovando nossas mentes e fortalecendo nosso espírito para obedecer a Deus (Efésios 3.16). |
10. Falta de apoio | Enfrentar a renúncia e o sacrifício pode ser ainda mais desafiador quando não recebemos o apoio e a compreensão daqueles ao nosso redor. | O Espírito Santo nos conforta e nos fortalece em nossa jornada, lembrando-nos de que Ele está sempre conosco e que nunca nos deixará nem nos abandonará (Hebreus 13.5). |
A renúncia e o sacrifício pessoal são marcas distintivas do discipulado cristão. Isso porque ao seguirmos Jesus, somos chamados a negar a nós mesmos e tomar nossa cruz diariamente.
Entretanto, devemos orar e pedir para que nossa vida seja caracterizada pela entrega total a Ele, confiando na promessa da recompensa eterna que Ele nos oferece, e superando os desafios através do Espírito Santo de Deus.