Seja muito bem-vindo(a) ao nosso Dia 37 de leitura diária da Bíblia.
Nos capítulos 26, 27 e 28 do Evangelho de Mateus, encontramos os momentos mais cruciais do ministério de Jesus: Sua prisão, julgamento, crucificação e ressurreição.
Esses capítulos revelam o ápice da missão redentora de Cristo, cumprindo as profecias e inaugurando uma nova era na relação entre Deus e a humanidade.
Mateus nos mostra o sofrimento de Jesus, Sua fidelidade até a morte e a vitória final sobre o pecado e a morte.
A ressurreição confirma que Ele é verdadeiramente o Messias, o Filho de Deus, e garante esperança eterna para todos os que creem.
Meu desejo é que você seja fortalecido(a) espiritualmente e encontre verdades transformadoras para sua fé e caminhada com Cristo.
Vamos começar!
Superfície
Mateus 26: A Última Ceia, Getsemani e a Prisão de Jesus
Mateus 26 inicia com Jesus anunciando Sua crucificação iminente. Enquanto os líderes religiosos conspiram para matá-Lo, uma mulher unge Seu corpo com um perfume caro, antecipando Seu sepultamento (26:6-13).
Na última ceia, Jesus institui a Ceia do Senhor (26:26-29), revelando que Seu sangue será derramado para a nova aliança. Após isso, Ele se retira para o Getsêmani, onde enfrenta profunda angústia, mas submete-se à vontade do Pai (26:36-46).
Judas chega com uma multidão e trai Jesus com um beijo (26:47-50). Pedro, na tentativa de defendê-Lo, corta a orelha de um servo, mas Jesus o repreende, demonstrando que Seu reino não se baseia na força humana (26:51-54).
Jesus é levado ao sumo sacerdote e, enquanto Ele permanece em silêncio diante das acusações, Pedro nega conhecê-Lo três vezes antes do amanhecer, cumprindo a profecia de Jesus (26:69-75).
Versículos-Chave:
- “O espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca.” (26:41)
- “Este é o meu sangue, o sangue do Novo Testamento, que é derramado por muitos para remissão dos pecados.” (26:28)
- “Todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres.” (26:39)
- “O Filho do Homem vai, como está escrito a seu respeito.” (26:24)
- “E Pedro lembrou-se da palavra que Jesus lhe dissera.” (26:75)
Promessa: Jesus derramou Seu sangue para estabelecer uma nova aliança, garantindo o perdão dos pecados (26:28).
Mandamento: Vigiai e orai para não cair em tentação, pois a carne é fraca (26:41).
Jesus: Ele é o Cordeiro Pascal que se entrega em sacrifício pela salvação da humanidade (26:26-28).
Mateus 27: O Julgamento, Crucificação e Morte de Jesus
Mateus 27 descreve o julgamento injusto de Jesus diante de Pilatos. Judas, ao ver que Jesus foi condenado, sente remorso e devolve as 30 moedas de prata antes de se enforcar (27:3-5). Os líderes religiosos usam esse dinheiro para comprar um campo, cumprindo uma profecia messiânica (Zacarias 11:12-13).
Diante de Pilatos, Jesus permanece em silêncio, e o governador, pressionado pela multidão, solta Barrabás e entrega Jesus para ser crucificado (27:15-26). Os soldados zombam dEle, O vestem com um manto escarlate e colocam uma coroa de espinhos sobre Sua cabeça (27:27-31).
Jesus carrega Sua cruz até o Gólgota, onde é crucificado entre dois ladrões (27:32-38). Durante Sua morte, Ele clama: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (27:46), citando o Salmo 22.
Logo após, Ele entrega Seu espírito, e sinais sobrenaturais ocorrem: o véu do templo se rasga, a terra treme e os mortos ressuscitam (27:51-53).
José de Arimateia pede o corpo de Jesus e o sepulta em um túmulo novo (27:57-61), enquanto os líderes religiosos pedem a Pilatos para selar o túmulo e garantir que os discípulos não roubem o corpo (27:62-66).
Versículos-Chave:
- “Judas, que O traíra, vendo que fora condenado, trouxe, arrependido, as trinta moedas de prata.” (27:3)
- “Não tenho culpa do sangue deste justo.” (27:24)
- “E puseram sobre a sua cabeça a sua acusação escrita: ESTE É JESUS, O REI DOS JUDEUS.” (27:37)
- “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (27:46)
- “Verdadeiramente, este era o Filho de Deus!” (27:54)
Promessa: O véu do templo foi rasgado, abrindo acesso direto a Deus para todos os crentes (27:51).
Mandamento: Não rejeite Cristo como Pilatos e os líderes religiosos fizeram; confesse-O como Senhor (27:22).
Jesus: Ele é o Rei dos Judeus e o Cordeiro sacrificado, que levou sobre Si o pecado do mundo (27:37).
Mateus 28: A Ressurreição e a Grande Comissão
Mateus 28 começa com a ressurreição gloriosa de Jesus ao terceiro dia. Maria Madalena e a outra Maria vão ao túmulo e são surpreendidas por um anjo, que anuncia: “Ele não está aqui, porque já ressuscitou, como havia dito.” (28:6).
Elas correm para contar aos discípulos, e no caminho encontram o próprio Jesus, que as saúda e confirma Sua ressurreição (28:9-10). Os líderes religiosos, temendo as repercussões, subornam os soldados para que espalhem a mentira de que o corpo de Jesus foi roubado (28:11-15).
Por fim, Jesus se encontra com os discípulos na Galileia e lhes dá a Grande Comissão: “Ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.” (28:19). Ele garante Sua presença contínua: “E eis que estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos.” (28:20).
Versículos-Chave:
- “Ele não está aqui, porque já ressuscitou.” (28:6)
- “Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra.” (28:18)
- “Ide, fazei discípulos de todas as nações.” (28:19)
- “Batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo.” (28:19)
- “E eis que estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos.” (28:20)
Promessa: Jesus ressuscitou e garantiu a vitória sobre a morte para todos os que creem nEle (28:6).
Mandamento: Ide e fazei discípulos, proclamando o evangelho a todas as nações (28:19).
Jesus: Ele é o Senhor ressurreto, que possui toda autoridade nos céus e na terra (28:18).
O Cuidado e a Proteção de Deus
Deus demonstra, ao longo de Mateus 26, 27 e 28, Seu profundo zelo pelo bem-estar espiritual e emocional daqueles que confiam nEle.
Por meio do sofrimento, morte e ressurreição de Jesus, vemos que Deus está presente nos momentos mais difíceis, nos fortalecendo, renovando nossa esperança e garantindo a vitória sobre o pecado e a morte.
Deus nos Sustenta em Tempos de Angústia: Mateus 26:38-39
No Getsêmani, Jesus disse: “A minha alma está cheia de tristeza até a morte.” Ele experimentou profunda angústia, mas entregou Sua vontade ao Pai.
Isso nos ensina que Deus compreende nossas dores emocionais e nos fortalece quando O buscamos. Assim como Jesus se submeteu ao Pai, podemos entregar nossas preocupações e confiar que Ele nos sustentará.
Deus nos Perdoa e nos Restaura: Mateus 26:75
Pedro negou Jesus três vezes e, ao lembrar das palavras do Mestre, chorou amargamente.
Mesmo após essa falha, Pedro foi restaurado por Jesus (João 21:15-17), mostrando que Deus nos perdoa e nos dá novas oportunidades. Se nos arrependermos, Ele nos restaura e fortalece para cumprir nosso propósito.
Deus Está no Controle Mesmo na Adversidade: Mateus 27:50-51
Na morte de Jesus, o véu do templo se rasgou, simbolizando que agora temos acesso direto a Deus.
Mesmo quando tudo parece perdido, Deus está no controle. O que parecia ser uma derrota na cruz era, na verdade, a maior vitória: a redenção da humanidade. Podemos confiar que Ele age soberanamente, mesmo em meio às dificuldades.
Deus Nos Dá Esperança e Vida Nova: Mateus 28:6
A ressurreição de Jesus prova que Deus tem poder sobre a morte e que nossa esperança não está neste mundo.
Isso nos dá segurança de que, em Cristo, temos vida eterna e podemos vencer as dores e desafios desta vida. Assim como Ele venceu a morte, podemos confiar que venceremos com Ele.
Deus Está Sempre Conosco: Mateus 28:20
Jesus prometeu: “E eis que estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos.”
Isso nos dá paz e segurança. Não importa o que enfrentamos, Ele nunca nos abandona. Podemos descansar em Sua presença, sabendo que Ele nos guia e sustenta em cada passo da jornada.
O Pecado em Mateus 26–28
Mateus 26, 27 e 28 revelam momentos cruciais da paixão, morte e ressurreição de Cristo. Esses capítulos expõem pecados que levaram à condenação de Jesus e à rejeição da verdade divina.
A seguir, identificamos alguns desses pecados, suas consequências e como a Bíblia nos ensina a vencê-los.
Traição e Amor ao Dinheiro
- Pecado: Em Mateus 26:14-16, Judas Iscariotes trai Jesus por trinta moedas de prata, demonstrando seu apego ao dinheiro acima de sua lealdade ao Mestre.
- Consequências:
- A avareza leva ao endurecimento do coração e à destruição espiritual (1 Timóteo 6:10).
- Judas, ao perceber a gravidade de seu pecado, caiu em desespero e se suicidou (Mateus 27:5), mostrando que a culpa sem arrependimento conduz à morte.
- Fruto de Arrependimento: Devemos valorizar Cristo acima de tudo e buscar a verdadeira riqueza no Reino de Deus (Mateus 6:19-21).
Negação de Cristo por Medo
- Pecado: Pedro negou Jesus três vezes por medo da perseguição (Mateus 26:69-75).
- Consequências:
- O medo do homem pode nos afastar da fé e nos levar a negar nossa identidade em Cristo (Lucas 12:9).
- A falta de coragem para confessar a Cristo pode resultar em distanciamento espiritual.
- Fruto de Arrependimento: Pedro chorou amargamente e mais tarde foi restaurado por Jesus (João 21:15-17), mostrando que Deus nos chama ao arrependimento e à fidelidade.
Injustiça e Covardia na Liderança
- Pecado: Pilatos reconheceu a inocência de Jesus, mas, por medo da multidão, lavou as mãos e O entregou para ser crucificado (Mateus 27:24-26).
- Consequências:
- A injustiça e a covardia podem nos levar a comprometer a verdade para agradar os outros (Provérbios 29:25).
- A responsabilidade não pode ser evitada; Pilatos tentou se isentar, mas continuou culpado da morte de Jesus.
- Fruto de Arrependimento: Precisamos ser firmes na justiça, não nos conformando com a pressão do mundo (Romanos 12:2).
Escárnio e Endurecimento do Coração
- Pecado: Os soldados zombaram de Jesus, O vestiram com um manto escarlate e O coroaram com espinhos, desprezando Sua identidade real (Mateus 27:29-31).
- Consequências:
- O desprezo pela verdade de Cristo leva à cegueira espiritual e ao julgamento divino (Hebreus 10:29).
- A zombaria contra Deus revela um coração endurecido, afastando o pecador da graça.
- Fruto de Arrependimento: Devemos reconhecer a realeza de Cristo e nos submeter à Sua autoridade com reverência e fé (Filipenses 2:10-11).
Incredulidade e Rejeição da Ressurreição
- Pecado: Após a ressurreição de Jesus, os líderes religiosos subornaram os guardas para espalharem a mentira de que os discípulos roubaram Seu corpo (Mateus 28:11-15).
- Consequências:
- A incredulidade impede o acesso à salvação e à vida eterna (João 3:18).
- O coração endurecido resiste à verdade, mesmo diante de provas inegáveis.
- Fruto de Arrependimento: Devemos crer na ressurreição de Cristo e anunciar essa verdade com ousadia (Romanos 10:9-10).
Submersão
Contextualização Histórica e Cultural de Mateus 26–28
Autor e Data
O Evangelho de Mateus foi escrito por Mateus (Levi), um ex-cobrador de impostos que se tornou discípulo de Jesus. A tradição da igreja primitiva atribui a autoria a ele, e seu estilo detalhado e estruturado sugere um propósito de ensinar os judeus que Jesus é o Messias prometido.
A data estimada para sua escrita varia entre 50 e 70 d.C., possivelmente antes da destruição do Templo de Jerusalém em 70 d.C., visto que Mateus não menciona esse evento explicitamente.
Ele provavelmente escreveu na Judeia ou em Antioquia, onde havia grande presença judaico-cristã.
- Curiosidade: Mateus faz mais referências ao Antigo Testamento do que qualquer outro Evangelho, citando profecias e eventos que apontam para Jesus como o cumprimento da Lei e dos Profetas.
Cosmogonias Antigas e a Ressurreição
Os capítulos 26 a 28 de Mateus abordam a crucificação e a ressurreição de Cristo, um conceito revolucionário diante das cosmogonias antigas.
- A Morte e o Além nas Religiões Pagãs
- Para os gregos e romanos, a morte era um destino inescapável e sombrio. O submundo (Hades ou Plutão) era um lugar de sombras e espíritos sem esperança de redenção.
- Diferente disso, Jesus ensina que há ressurreição e vida eterna (Mateus 28:6), desafiando as crenças tradicionais sobre o pós-vida.
- Deuses e Seus Sofrimentos na Mitologia
- Algumas religiões antigas possuíam mitos de deuses que sofriam ou morriam, como Osíris no Egito ou Adônis na mitologia grega. No entanto, esses mitos não apresentavam um sacrifício expiatório ou uma ressurreição transformadora como a de Jesus.
- Jesus não apenas morreu, mas ressuscitou para oferecer a salvação à humanidade (1 Coríntios 15:20-22).
Estrutura Social e Contexto Político
Nos tempos de Jesus, Jerusalém estava sob ocupação romana e as tensões entre os judeus e os romanos eram elevadas.
- O Julgamento de Jesus e o Direito Romano
- Os romanos permitiam que as autoridades locais mantivessem certas leis, mas a pena de morte precisava da aprovação de Roma (João 18:31).
- Pôncio Pilatos, o governador romano, não encontrou culpa em Jesus, mas cedeu à pressão da multidão e dos líderes religiosos (Mateus 27:24-26).
- O Papel do Sinédrio
- O Sinédrio era o tribunal religioso supremo dos judeus, composto por sumo sacerdotes, fariseus e saduceus. Foi esse conselho que acusou Jesus de blasfêmia e O entregou a Pilatos (Mateus 26:59-66).
- A Crucificação e sua Significância Cultural
- A crucificação era um método de execução reservado aos piores criminosos e escravos. Para os judeus, morrer pendurado era uma maldição (Deuteronômio 21:23).
- Jesus, ao morrer na cruz, assumiu a maldição do pecado por nós (Gálatas 3:13).
A Estrutura Literária de Mateus 26–28
Estes capítulos seguem uma estrutura que enfatiza a paixão, morte e ressurreição de Cristo:
- A Última Ceia e a Prisão (Mateus 26) – Jesus celebra a Páscoa, institui a Ceia do Senhor e é traído por Judas.
- O Julgamento e a Crucificação (Mateus 27) – Jesus é condenado, açoitado e crucificado, sendo sepultado logo após Sua morte.
- A Ressurreição e a Grande Comissão (Mateus 28) – Jesus ressuscita e envia Seus discípulos para levar o evangelho ao mundo.
Outras Curiosidades Relevantes
- O Significado das Trinta Moedas de Prata
- Judas traiu Jesus por trinta moedas de prata (Mateus 26:15), o preço de um escravo segundo Êxodo 21:32. Isso cumpre a profecia de Zacarias 11:12-13.
- O Véu do Templo Rasgado
- Quando Jesus morreu, o véu do templo se rasgou de alto a baixo (Mateus 27:51), simbolizando o acesso direto a Deus sem necessidade de intermediários sacerdotais (Hebreus 10:19-20).
- O Túmulo Vigiado pelos Guardas Romanos
- Para evitar que os discípulos roubassem o corpo de Jesus e alegassem ressurreição, os líderes judeus pediram que Pilatos colocasse guardas no túmulo (Mateus 27:62-66). Mesmo assim, Jesus ressuscitou no terceiro dia.
- A Primeira Testemunha da Ressurreição
- Maria Madalena foi a primeira a ver Jesus ressuscitado (Mateus 28:9-10), o que é notável, pois o testemunho feminino não tinha valor legal na cultura judaica. Isso demonstra que o cristianismo valorizava as mulheres desde o início.
Exegese e Hermenêutica dos Versículos-Chave de Mateus 26-28
1. “O espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca.” (Mateus 26:41)
Jesus pronuncia essa frase no Getsêmani, enquanto Seus discípulos dormiam, em vez de vigiar e orar.
A palavra grega para “espírito” é πνεῦμα (pneuma), que pode se referir ao espírito humano ou ao Espírito de Deus. Aqui, Jesus destaca que, apesar do desejo interno de seguir a vontade de Deus, a “carne” (σάρξ – sarx) é fraca, ou seja, a natureza humana luta contra a obediência.
Essa realidade é reforçada por Paulo em Romanos 7:18-19, onde ele descreve o conflito entre o desejo de fazer o bem e a inclinação pecaminosa. Jesus não justifica a fraqueza da carne, mas ensina que a vigilância e a oração são essenciais para vencer a tentação. Essa verdade ecoa Gálatas 5:16: “Andai no Espírito, e jamais satisfareis à concupiscência da carne.”
A luta dos discípulos no Getsêmani reflete a batalha espiritual que todo cristão enfrenta. A fraqueza da carne não deve ser uma desculpa para o pecado, mas um lembrete da necessidade da dependência contínua de Deus em oração e vigilância.
2. “Este é o meu sangue, o sangue do Novo Testamento, que é derramado por muitos para remissão dos pecados.” (Mateus 26:28)
Nesta declaração, Jesus estabelece a Nova Aliança, usando o termo διαθήκη (diathēkē), que significa “aliança” ou “testamento”.
Esse termo é uma referência ao pacto que Deus fez com Israel no Antigo Testamento, mas agora apontando para uma nova realidade espiritual baseada no sacrifício de Cristo (Jeremias 31:31-34).
O verbo “derramado” (ἐκχυννόμενον – ekchynnomenon) está no presente passivo, indicando um ato contínuo de entrega sacrificial. O propósito desse derramamento é a “remissão” (ἄφεσις – aphesis), que significa perdão completo e libertação dos pecados. Essa ideia remonta a Levítico 17:11, onde o sangue era necessário para expiação.
O uso de “por muitos” não significa exclusividade, mas uma referência à eficácia do sacrifício de Cristo para todos os que creem (Isaías 53:11-12). Esse versículo encontra paralelo em Hebreus 9:22, que reforça que “sem derramamento de sangue não há remissão”.
3. “Todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres.” (Mateus 26:39)
Essa é a oração de Jesus no Getsêmani, onde Ele se submete à vontade do Pai. A palavra grega para “vontade” é θέλημα (thelēma), que indica um desejo soberano e determinado por Deus.
Jesus, como homem, sentiu a angústia da cruz iminente, mas, como Filho de Deus, escolheu obedecer completamente. Isso ecoa Isaías 53:10: “Todavia, ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar.”
Essa submissão total contrasta com Adão no Éden, que escolheu desobedecer, trazendo o pecado ao mundo (Romanos 5:19). Jesus, o “último Adão” (1 Coríntios 15:45), reverte essa desobediência ao se render à vontade de Deus.
Essa passagem ensina que a verdadeira fé não busca apenas o alívio do sofrimento, mas a obediência à vontade de Deus, mesmo quando isso envolve dor e sacrifício.
4. “O Filho do Homem vai, como está escrito a seu respeito.” (Mateus 26:24)
Aqui, Jesus afirma que Seu sofrimento e morte não são acidentais, mas cumprem as Escrituras. A expressão “Filho do Homem” (υἱὸς τοῦ ἀνθρώπου – huios tou anthrōpou) remete a Daniel 7:13-14, onde o Messias recebe autoridade eterna.
A frase “como está escrito” indica o cumprimento das profecias do Antigo Testamento, como Isaías 53, Salmo 22 e Zacarias 12:10. O verbo grego ὑπάγει (hypage, “vai”) indica que Jesus não está sendo levado contra Sua vontade, mas está indo voluntariamente ao Seu destino (João 10:18).
Essa verdade reforça a soberania de Deus sobre a história. Embora Judas tenha traído Jesus, ele não estava frustrando o plano divino, mas participando do cumprimento profético.
5. “E Pedro lembrou-se da palavra que Jesus lhe dissera.” (Mateus 26:75)
Após negar Jesus três vezes, Pedro se lembra do aviso de Cristo e chora amargamente. O verbo “lembrou-se” (ἀνεμνήσθη – anemnēsthē) indica um despertar súbito da consciência.
A negação de Pedro contrasta com sua declaração anterior de lealdade inabalável (Mateus 26:33-35). Isso revela a fraqueza humana, mas também a graça restauradora de Deus. Após Sua ressurreição, Jesus restaura Pedro (João 21:15-17), mostrando que o arrependimento genuíno leva à restauração.
Esse episódio ilustra a fidelidade de Deus, mesmo quando falhamos. Pedro tornou-se um dos pilares da Igreja, provando que Deus pode transformar até mesmo aqueles que falham miseravelmente.
6. “Judas, que O traíra, vendo que fora condenado, trouxe, arrependido, as trinta moedas de prata.” (Mateus 27:3)
Este versículo apresenta a reação de Judas ao destino de Jesus. O termo grego para “arrependido” é μεταμεληθεὶς (metamelētheis), diferente de μετάνοια (metanoia, arrependimento verdadeiro). O verbo usado aqui indica um remorso superficial, e não uma transformação genuína de coração.
As “trinta moedas de prata” eram o preço de um escravo segundo Êxodo 21:32 e cumpriam a profecia de Zacarias 11:12-13. Judas, ao perceber que Jesus seria condenado, não buscou reconciliação com Deus, mas caiu no desespero, levando-o ao suicídio (Mateus 27:5).
Esse episódio contrasta com Pedro, que também falhou, mas foi restaurado por Cristo (João 21:15-17). A diferença entre remorso e arrependimento verdadeiro está na entrega a Deus. Enquanto Judas tentou reparar seu erro sozinho e falhou, Pedro buscou redenção e foi transformado.
7. “Não tenho culpa do sangue deste justo.” (Mateus 27:24)
Pilatos, ao lavar as mãos diante da multidão, tenta declarar-se inocente da morte de Jesus. O termo grego para “justo” é δίκαιος (dikaios), que significa alguém íntegro e inocente.
Apesar dessa declaração, Pilatos não era isento de culpa. Ele cedeu à pressão da multidão por medo de perder sua posição política (João 19:12). Sua tentativa de transferir a responsabilidade reflete a fragilidade da justiça humana diante da pressão popular.
Esse evento cumpre Isaías 53:7, que descreve o Messias sendo levado como cordeiro ao matadouro, sem que houvesse quem O defendesse. Pilatos representa aqueles que sabem a verdade, mas escolhem a neutralidade e comprometem-se com a injustiça.
8. “E puseram sobre a sua cabeça a sua acusação escrita: ESTE É JESUS, O REI DOS JUDEUS.” (Mateus 27:37)
A inscrição colocada na cruz de Jesus foi escrita em hebraico, latim e grego (João 19:20). O grego usa a frase Ὁ βασιλεὺς τῶν Ἰουδαίων (Ho basileus tōn Ioudaiōn), que significa literalmente “O Rei dos Judeus”.
Esse título foi ironicamente colocado como zombaria pelos romanos, mas, teologicamente, revelou uma verdade profunda: Jesus era, de fato, o Rei prometido (Zacarias 9:9; Lucas 1:32-33).
A ironia divina é que, mesmo na zombaria, os homens proclamaram a verdade sem perceber. Jesus, o Rei rejeitado por Israel, reinaria sobre todos os povos (Filipenses 2:9-11). Esse título aponta para a realeza de Cristo e Sua futura volta como Rei dos reis (Apocalipse 19:16).
9. “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (Mateus 27:46)
Essas palavras de Jesus na cruz ecoam o Salmo 22:1, um salmo messiânico que descreve o sofrimento do Justo. A palavra grega usada para “desamparaste” é ἐγκατέλιπες (egkatelipes), que significa abandono total.
Essa expressão não significa que Jesus perdeu Sua divindade ou que houve uma ruptura na Trindade. Em vez disso, revela que Ele, como homem, experimentou a separação espiritual causada pelo pecado da humanidade (Isaías 53:5-6).
Nesse momento, Jesus carregava sobre Si o pecado do mundo (2 Coríntios 5:21). A dor do desamparo apontava para o custo da redenção, onde Cristo se tornou maldição por nós (Gálatas 3:13).
Porém, esse não foi um clamor de desespero final, mas o cumprimento das Escrituras. O Salmo 22 termina em triunfo, prevendo a vitória do Messias e a proclamação de Seu nome entre as nações.
10. “Verdadeiramente, este era o Filho de Deus!” (Mateus 27:54)
Essa confissão vem de um centurião romano, um oficial acostumado a execuções. A palavra grega para “verdadeiramente” é ἀληθῶς (alēthōs), que significa “sem dúvida, com certeza”.
O título “Filho de Deus” (υἱὸς τοῦ θεοῦ – huios tou Theou) era uma afirmação messiânica e divina. A ironia é que um pagão reconheceu a identidade de Cristo, enquanto os líderes religiosos O rejeitaram.
Esse evento confirma que a morte de Jesus não foi um fracasso, mas a consumação do plano redentor de Deus (João 12:32). Assim como a cruz revelou a identidade de Cristo a um centurião romano, também abre os olhos dos que creem, levando-os a confessar que Ele é o Senhor (Romanos 10:9).
11. “Ele não está aqui, porque já ressuscitou.” (Mateus 28:6)
Esta declaração do anjo às mulheres no túmulo de Jesus é central para a fé cristã. O verbo grego para “ressuscitou” é ἠγέρθη (ēgerthē), que está na voz passiva, indicando que Jesus foi ressuscitado pelo poder de Deus. Isso confirma que Sua ressurreição não foi apenas um evento natural, mas um ato divino, como predito nas Escrituras (Salmo 16:10; Atos 2:24).
A ressurreição de Jesus valida Sua obra redentora e assegura a vitória sobre o pecado e a morte (1 Coríntios 15:17-20). Esse evento cumpre a promessa de que Deus tem poder sobre a morte e garante a esperança da vida eterna para os crentes (Romanos 6:4-5).
A frase “Ele não está aqui” reforça que Jesus não é um líder morto, mas um Salvador vivo. Isso diferencia o cristianismo de qualquer outra religião, pois sua fé não se baseia em um túmulo ocupado, mas em um Cristo ressurreto.
12. “Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra.” (Mateus 28:18)
Nesta afirmação, Jesus declara Seu senhorio absoluto. A palavra grega para “autoridade” é ἐξουσία (exousia), que significa poder pleno, controle soberano. Isso ecoa Daniel 7:14, onde o Filho do Homem recebe domínio eterno.
Ao ressuscitar, Jesus confirma que Seu Reino não é apenas espiritual, mas também abrange toda a criação (Efésios 1:21-22). Ele não apenas venceu a morte, mas foi exaltado acima de todas as potestades, tornando-se Rei sobre tudo (Filipenses 2:9-11).
Isso significa que nenhum poder terreno ou espiritual pode se opor a Cristo. Ele é soberano sobre governos, nações e até mesmo sobre as forças do mal (Colossenses 2:15). Seu domínio não se limita ao céu, mas inclui a terra, garantindo que Seu propósito será cumprido plenamente.
13. “Ide, fazei discípulos de todas as nações.” (Mateus 28:19)
Este versículo contém a Grande Comissão, o chamado missionário de Jesus. O verbo grego πορευθέντες (poreuthentes, “ide”) está no particípio aoristo, implicando uma ação contínua: enquanto vão, façam discípulos.
A ordem de “fazer discípulos” (μαθητεύσατε – mathēteusate) não significa apenas converter pessoas, mas treiná-las a seguir Cristo. O discipulado envolve ensino, crescimento espiritual e compromisso de vida (Lucas 9:23).
A frase “todas as nações” (πάντα τὰ ἔθνη – panta ta ethnē) enfatiza a universalidade do evangelho. O Reino de Deus não é exclusivo para os judeus, mas para toda a humanidade, cumprindo a promessa feita a Abraão (Gênesis 12:3).
O mandato missionário não é opcional para a igreja; é uma ordem direta de Cristo. Levar o evangelho ao mundo é a resposta de obediência à autoridade de Jesus.
14. “Batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo.” (Mateus 28:19)
Aqui, Jesus estabelece a fórmula trinitária do batismo. O termo grego para “nome” (ὄνομα – onoma) está no singular, indicando que o Pai, o Filho e o Espírito Santo compartilham a mesma essência divina.
O batismo simboliza a identificação do crente com Cristo (Romanos 6:3-4). Além disso, revela a obra de Deus na redenção: o Pai planejou a salvação (Efésios 1:4-5), o Filho a executou (Efésios 1:7), e o Espírito Santo aplica essa salvação (Efésios 1:13-14).
A menção explícita da Trindade refuta visões unitaristas e modais, mostrando que Deus existe em três pessoas distintas, mas em unidade perfeita. O batismo cristão não é apenas um ritual, mas um testemunho público de fé e pertencimento ao Corpo de Cristo.
15. “E eis que estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos.” (Mateus 28:20)
Nesta promessa final, Jesus assegura Sua presença constante com os discípulos. O termo grego ἐγώ εἰμι μεθ’ ὑμῶν (egō eimi meth’ hymōn) enfatiza “Eu estou” no presente contínuo, indicando permanência.
A frase “até à consumação dos séculos” (συντελείας τοῦ αἰῶνος – synteleias tou aiōnos) aponta para o fim da era presente e a inauguração do Reino eterno. Isso garante que Jesus não está distante ou ausente, mas acompanha os crentes em sua jornada (Hebreus 13:5).
Essa promessa se conecta com a vinda do Espírito Santo, que capacita os discípulos a cumprir a missão (João 14:16-17). Também ecoa a aliança de Deus em Deuteronômio 31:6: “O Senhor, teu Deus, é quem vai contigo; não te deixará nem te desamparará.”
O poder de Cristo não se limita a um tempo ou lugar; Ele está presente em cada passo da caminhada de Seus seguidores. Isso dá segurança, coragem e esperança para a igreja continuar sua missão até que Ele volte (Apocalipse 22:20).
Termos-Chave em Mateus 26–28
Os capítulos finais do Evangelho de Mateus contêm eventos cruciais da história da redenção, incluindo a traição de Jesus, Sua crucificação e ressurreição. Esses capítulos apresentam termos e conceitos ricos em significado teológico, cultural e histórico. Abaixo, destacamos alguns termos-chave que ajudam a compreender melhor essa passagem fundamental das Escrituras.
Páscoa (πάσχα – páscha)
- Significado: Celebração judaica que relembra a libertação do Egito.
- Explicação: A Páscoa foi instituída em Êxodo 12 como um memorial da redenção de Israel, quando o sangue do cordeiro foi colocado nos umbrais das portas para proteger os primogênitos da morte. No Novo Testamento, Jesus é apresentado como o verdadeiro Cordeiro de Deus (João 1:29), e Sua morte durante a Páscoa cumpre essa tipologia. A última ceia de Jesus com os discípulos (Mateus 26:17-30) transforma a Páscoa na Nova Aliança, onde Cristo Se oferece como sacrifício definitivo para a salvação da humanidade (1 Coríntios 5:7).
Cálice (ποτήριον – potērion)
- Significado: Símbolo de sofrimento e juízo divino.
- Explicação: No Getsêmani, Jesus ora ao Pai: “Meu Pai, se é possível, passe de mim este cálice” (Mateus 26:39). O “cálice” representa a ira de Deus contra o pecado, que Cristo voluntariamente tomou sobre Si na cruz (Isaías 53:4-5; 2 Coríntios 5:21). Esse termo também aparece em Salmos 75:8 e Jeremias 25:15, onde simboliza o juízo divino. Jesus, ao aceitar o cálice, cumpre a missão de redenção e revela Sua total submissão à vontade do Pai.
Julgamento no Sinédrio (Συνέδριον – Synedrion)
- Significado: Conselho judaico responsável por julgamentos religiosos.
- Explicação: O Sinédrio era a suprema corte dos judeus, composta por 71 membros, incluindo fariseus e saduceus. Jesus foi levado a julgamento diante desse tribunal na noite de Sua prisão (Mateus 26:57-68). Esse julgamento foi ilegal sob a própria lei judaica, pois ocorreu à noite, sem testemunhas válidas e com base em falsas acusações. Esse episódio destaca a corrupção dos líderes religiosos e o cumprimento da profecia messiânica de que Jesus seria rejeitado pelos principais líderes de Israel (Salmo 118:22).
Flagelação (μαστιγόω – mastigoō)
- Significado: Castigo severo com chicotes de couro e ossos.
- Explicação: Antes da crucificação, Jesus foi flagelado pelos soldados romanos (Mateus 27:26). A flagelação romana era extremamente brutal e podia levar à morte. Isaías 53:5 profetiza que o Messias seria ferido e moído por nossas transgressões, e Pedro reafirma que “pelas suas feridas fomos curados” (1 Pedro 2:24). Esse sofrimento físico de Cristo simboliza o peso do pecado da humanidade sendo colocado sobre Ele.
Gólgota (Γολγοθᾶ – Golgothá)
- Significado: “Lugar da Caveira”, local da crucificação de Jesus.
- Explicação: O nome Gólgota vem do aramaico gulgaltā, que significa “caveira”. Esse lugar ficava fora dos muros de Jerusalém e era um local de execução pública (Mateus 27:33). A crucificação no Gólgota cumpre profecias como Salmos 22 e Isaías 53, onde o Servo Sofredor seria condenado entre transgressores. O fato de Jesus ser crucificado nesse local ressalta o peso da humilhação e do sacrifício necessário para a salvação do mundo.
Ressurreição (ἀνάστασις – anástasis)
- Significado: O retorno à vida após a morte.
- Explicação: A ressurreição de Jesus é o evento central do cristianismo. O termo anástasis significa “levantar-se novamente” e aparece em Mateus 28:6, quando o anjo anuncia: “Ele não está aqui, porque já ressuscitou”. A ressurreição de Cristo cumpre a profecia de Salmo 16:10 e confirma Sua vitória sobre o pecado e a morte (1 Coríntios 15:20-22). Esse evento também assegura a futura ressurreição dos crentes (1 Tessalonicenses 4:16-17).
Grande Comissão (μαθητεύσατε – mathēteusate)
- Significado: O chamado de Jesus para fazer discípulos de todas as nações.
- Explicação: Em Mateus 28:19, Jesus ordena: “Ide, fazei discípulos de todas as nações”. O verbo mathēteusate significa mais do que converter pessoas; implica um processo contínuo de ensino, crescimento e compromisso com Cristo. Essa missão reflete a promessa de Deus a Abraão de abençoar todas as nações (Gênesis 12:3) e confirma a expansão do Reino de Deus para além de Israel.
Batismo (βάπτισμα – baptisma)
- Significado: Imersão na água como símbolo de purificação e identificação com Cristo.
- Explicação: O batismo, mencionado em Mateus 28:19, não é apenas um rito externo, mas uma confissão pública de fé. O verbo βαπτίζω (baptizō) significa “mergulhar” ou “imergir”, simbolizando a morte para o pecado e a nova vida em Cristo (Romanos 6:3-4). A fórmula batismal “em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo” reafirma a doutrina da Trindade e a unidade de Deus.
Consumação dos Séculos (συντέλεια τοῦ αἰῶνος – synteleia tou aiōnos)
- Significado: O fim da era presente e o início do Reino eterno.
- Explicação: Jesus encerra o Evangelho de Mateus com a promessa: “E eis que estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos” (Mateus 28:20). A expressão synteleia tou aiōnos refere-se ao fim da era atual e ao estabelecimento pleno do Reino de Deus (Mateus 24:3). Esse conceito está ligado à segunda vinda de Cristo, quando Ele restaurará todas as coisas (Apocalipse 21:1-4).
Profundidade
Bênçãos e Promessas em Mateus 26–28
Os capítulos 26, 27 e 28 de Mateus retratam os momentos mais intensos da obra redentora de Cristo.
A traição, o sofrimento, a crucificação e a ressurreição de Jesus não são apenas eventos históricos, mas a manifestação suprema das promessas de Deus para a humanidade.
Através desses capítulos, encontramos bênçãos e promessas que transformam nossa vida espiritual, oferecendo-nos salvação, esperança e autoridade no Reino de Deus.
A Promessa do Perdão pelo Sangue de Cristo (Mateus 26:28)
- Texto: “Este é o meu sangue, o sangue do Novo Testamento, que é derramado por muitos para remissão dos pecados.”
- Bênção: O sacrifício de Cristo garante o perdão completo e eterno dos pecados. Seu sangue selou a Nova Aliança, trazendo reconciliação entre Deus e os homens.
- Condição: O perdão é oferecido gratuitamente, mas deve ser recebido por meio do arrependimento e fé em Cristo (Atos 2:38; 1 João 1:9). Aquele que rejeita o sacrifício de Jesus permanece em condenação (João 3:18).
A Promessa da Presença de Deus na Oração (Mateus 26:41)
- Texto: “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca.”
- Bênção: Deus fortalece espiritualmente aqueles que permanecem vigilantes e em comunhão com Ele na oração. A oração nos protege contra as armadilhas do pecado e nos dá discernimento.
- Condição: A vigilância espiritual e a vida de oração são essenciais. Aqueles que negligenciam sua vida de oração tornam-se vulneráveis às fraquezas da carne e às tentações do inimigo (Efésios 6:18; 1 Pedro 5:8).
A Promessa de Justiça para os Fiéis (Mateus 27:46)
- Texto: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?”
- Bênção: Jesus experimentou o abandono na cruz para que nunca fôssemos abandonados por Deus. Ele tomou sobre Si o castigo do pecado, garantindo-nos acesso ao Pai e justiça divina.
- Condição: A justificação só pode ser recebida por meio da fé em Cristo (Romanos 3:24-26). Aquele que crê Nele nunca será separado do amor de Deus (Romanos 8:38-39).
A Promessa da Vitória sobre a Morte (Mateus 28:6)
- Texto: “Ele não está aqui, porque já ressuscitou.”
- Bênção: A ressurreição de Cristo garante a vitória sobre a morte e a promessa de vida eterna para aqueles que creem. Assim como Cristo ressuscitou, os crentes também ressuscitarão para a glória eterna.
- Condição: A vida eterna é para aqueles que depositam sua fé em Jesus como Senhor e Salvador (João 11:25-26). A incredulidade impede o acesso à ressurreição para a vida eterna (João 5:24-29).
A Promessa da Autoridade Espiritual em Cristo (Mateus 28:18-19)
- Texto: “Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, fazei discípulos de todas as nações.”
- Bênção: Jesus delegou autoridade à Sua Igreja para cumprir a missão de pregar o evangelho, discipular e expandir o Reino de Deus. Essa autoridade nos capacita a resistir ao mal e viver para a glória de Deus.
- Condição: Para exercer essa autoridade, devemos viver em obediência ao Senhor e cumprir o chamado de fazer discípulos (Atos 1:8). A negligência na proclamação do evangelho resulta na perda de frutos espirituais e enfraquecimento da fé (Romanos 10:14-15).
A Promessa da Presença Contínua de Cristo (Mateus 28:20)
- Texto: “E eis que estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos.”
- Bênção: Jesus promete estar presente com Seus discípulos em todo tempo. Sua presença traz paz, segurança e direção, fortalecendo-nos em todas as circunstâncias da vida.
- Condição: Essa promessa é para aqueles que permanecem fiéis a Ele e cumprem Sua vontade (João 14:23). Quem se afasta de Cristo perde a plenitude dessa comunhão (Tiago 4:8).
Desafios Atuais para os Mandamentos de Mateus 26–28
Os capítulos 26, 27 e 28 de Mateus apresentam os momentos finais da vida terrena de Jesus, Sua crucificação e a gloriosa ressurreição.
Esses capítulos contêm mandamentos fundamentais para a vida cristã, que exigem compromisso, coragem e fidelidade.
No entanto, em um mundo marcado pelo relativismo, materialismo e perseguição à fé, obedecer a esses mandamentos se tornou um desafio diário.
A seguir, exploramos os mandamentos centrais desses capítulos, os desafios atuais para sua aplicação e como podemos enfrentá-los com fidelidade.
Mandamento: Perseverar em Oração e Vigilância Espiritual (Mateus 26:41)
- Texto: “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca.”
- Desafios Atuais:
- Distrações Modernas: O excesso de tecnologia e entretenimento enfraquece a prática da oração e da vigilância espiritual.
- Falta de Disciplina Espiritual: Muitos cristãos encontram dificuldades para manter uma vida devocional consistente.
- Pressões e Cansaço: A rotina exaustiva e as preocupações diárias afastam as pessoas da oração.
- Respostas Teológicas: Jesus enfatizou a necessidade de permanecer espiritualmente alerta (1 Pedro 5:8). A oração fortalece a fé e nos capacita a resistir ao mal (Efésios 6:18). Devemos seguir o exemplo de Jesus, que buscava ao Pai mesmo em meio à angústia (Lucas 22:44).
Mandamento: Submeter-se à Vontade de Deus (Mateus 26:39)
- Texto: “Todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres.”
- Desafios Atuais:
- Autossuficiência: A cultura moderna incentiva a independência e a busca pelos próprios desejos.
- Medo do Sofrimento: Muitas pessoas evitam a obediência quando ela envolve sacrifícios e provações.
- Influência da Sociedade: O relativismo questiona a autoridade de Deus e incentiva a busca pelo prazer acima da obediência.
- Respostas Teológicas: Jesus nos ensina que a submissão à vontade do Pai é essencial para a vida cristã (Romanos 12:1-2). O verdadeiro discípulo segue o exemplo de Cristo, mesmo quando isso envolve sofrimento (Filipenses 2:5-8). A obediência traz frutos eternos (Hebreus 5:8-9).
Mandamento: Pregar o Evangelho a Todas as Nações (Mateus 28:19)
- Texto: “Ide, fazei discípulos de todas as nações.”
- Desafios Atuais:
- Restrições Culturais e Políticas: Em muitos países, pregar o evangelho é proibido ou visto como intolerância religiosa.
- Indiferença Espiritual: Muitas pessoas rejeitam o evangelho por estarem acomodadas ou influenciadas pelo secularismo.
- Medo da Rejeição: O evangelismo pode gerar oposição, perseguição e desprezo social.
- Respostas Teológicas: O evangelho deve ser proclamado sem medo, pois é o poder de Deus para a salvação (Romanos 1:16). A missão de fazer discípulos não é opcional, mas um chamado divino para todos os crentes (Atos 1:8). Devemos confiar na capacitação do Espírito Santo (Mateus 10:19-20).
Mandamento: Viver na Autoridade de Cristo (Mateus 28:18-19)
- Texto: “Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, fazei discípulos de todas as nações.”
- Desafios Atuais:
- Medo do Mundo: Muitos cristãos não exercem sua fé com ousadia por receio da perseguição e oposição.
- Desconhecimento da Palavra: A falta de conhecimento bíblico leva a uma vida cristã sem autoridade espiritual.
- Falsa Espiritualidade: Algumas igrejas promovem um evangelho distorcido, enfatizando poder sem submissão a Cristo.
- Respostas Teológicas: Jesus delegou autoridade aos Seus discípulos para cumprirem a missão do Reino (Lucas 10:19). A verdadeira autoridade vem da obediência a Cristo e ao evangelho (2 Coríntios 10:4-5). Quando vivemos sob Sua autoridade, podemos resistir ao mal e expandir o Reino (Efésios 6:10-13).
Mandamento: Confiar na Presença de Cristo (Mateus 28:20)
- Texto: “E eis que estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos.”
- Desafios Atuais:
- Sensação de Solidão: Muitos cristãos enfrentam crises de fé e sentem-se distantes de Deus.
- Dúvidas e Incredulidade: O sofrimento pode levar algumas pessoas a questionarem a presença de Deus em suas vidas.
- Pressões da Sociedade: A cultura atual tenta desacreditar a fé e enfraquecer a confiança na promessa de Cristo.
- Respostas Teológicas: A presença de Cristo é uma promessa inabalável (Hebreus 13:5). Mesmo quando não sentimos, Ele continua conosco (Isaías 41:10). O Espírito Santo é o penhor dessa promessa, habitando em nós (João 14:16-17).
Desafio, Conclusão e Até Amanhã
Concluímos nossa reflexão de hoje reconhecendo que Mateus 26, 27 e 28 não são apenas um relato da paixão, morte e ressurreição de Jesus, mas a essência do evangelho e o cumprimento do plano redentor de Deus para a humanidade.
Nestes capítulos, vemos o amor incondicional de Cristo ao entregar-se por nós, a seriedade do pecado que O levou à cruz e a vitória definitiva sobre a morte, garantindo-nos esperança eterna.
Também testemunhamos o estabelecimento da Grande Comissão, o chamado para levar a mensagem da ressurreição a todas as nações. Agora, como discípulos, somos desafiados a viver essa verdade diariamente, proclamando Cristo vivo e obedecendo aos Seus mandamentos.
Diante dessas verdades, o nosso desafio é viver como testemunhas do Cristo ressurreto, confiando em Sua presença e cumprindo nossa missão no mundo.
Abaixo, algumas perguntas finais para motivar sua prática diária:
1. Tenho vigiado e orado para não cair em tentação?
- Jesus nos alertou que o espírito está pronto, mas a carne é fraca (Mateus 26:41).
- Você tem mantido uma vida de oração e vigilância espiritual?
2. Estou verdadeiramente submetido à vontade de Deus?
- No Getsêmani, Jesus disse: “Não seja como eu quero, mas como tu queres” (Mateus 26:39).
- Você tem confiado na vontade de Deus, mesmo quando ela parece difícil ou dolorosa?
3. Tenho proclamado a verdade da ressurreição?
- O anjo declarou: “Ele não está aqui, porque já ressuscitou” (Mateus 28:6).
- Você tem compartilhado a vitória de Cristo sobre a morte com os que ainda não conhecem essa verdade?
4. Estou cumprindo a missão de fazer discípulos?
- Jesus nos comissionou: “Ide, fazei discípulos de todas as nações” (Mateus 28:19).
- Você tem vivido como um verdadeiro discípulo e ajudado outros a conhecerem a Cristo?
5. Tenho confiado na presença de Cristo todos os dias?
- Jesus prometeu: “E eis que estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos” (Mateus 28:20).
- Você tem descansado nessa promessa e caminhado com confiança, sabendo que Ele nunca o(a) deixará?
Que o Espírito Santo fortaleça sua fé, renove sua esperança e encha seu coração com o amor de Cristo.
Que você viva diariamente na certeza da ressurreição, proclamando o evangelho com ousadia e fidelidade.
Amanhã seguimos para os próximos capítulos, aprofundando nosso conhecimento sobre o ensino e a missão de Jesus.
Precisa de ajuda? Não esqueça de perguntar no Whatsapp.
Fique na paz.
Fábio Picco