Mateus 16, 17, 18 e 19

Como entrar no Reino dos Céus? Jesus ensina em Mateus 16-29 sobre humildade, renúncia, o perigo das riquezas e a importância do discipulado.
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Hoje meditaremos nos capítulos 16, 17, 18 e 19 do Evangelho de Mateus.

Nesses capítulos, Jesus continua a revelar verdades profundas sobre o Reino de Deus, Sua identidade messiânica e os princípios que governam a vida de Seus discípulos.

Vemos a confissão de Pedro sobre quem é Jesus, a transfiguração no monte, ensinos sobre perdão e humildade, e importantes lições sobre casamento e riquezas.

Que essa leitura fortaleça sua fé e aprofunde seu entendimento sobre o chamado de Cristo para nossa vida.

Vamos começar!

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Superfície

Mateus 16: A Confissão de Pedro e o Chamado ao Discipulado

Neste capítulo, Jesus confronta a incredulidade dos fariseus e saduceus, e, em Cesareia de Filipe, pergunta aos discípulos: “Quem dizem os homens que eu sou?” (16:13).

Pedro faz a grande confissão: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo” (16:16), e Jesus declara que edificará Sua igreja sobre essa verdade.

Em seguida, Jesus prediz Sua morte e ressurreição, mas Pedro o repreende, sendo corrigido com firmeza: “Para trás de mim, Satanás!” (16:23).

Jesus então ensina sobre o custo do discipulado e a necessidade de carregar a cruz.

Versículos-Chave:

  1. “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.” (16:16) – A confissão central da fé cristã.
  2. “Sobre esta pedra edificarei a minha igreja.” (16:18) – A promessa de que a igreja será inabalável.
  3. “Para trás de mim, Satanás!” (16:23) – Jesus rejeita a mentalidade humana sobre Seu propósito.
  4. “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me.” (16:24) – O chamado ao verdadeiro discipulado.
  5. “Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma?” (16:26) – A eternidade é mais importante do que qualquer conquista terrena.

Promessa: Jesus edificará Sua igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela (16:18).

Mandamento: Negar a si mesmo, tomar a cruz e seguir a Cristo (16:24).

Apontando para Jesus: Ele é o Messias e o fundamento da igreja.

Mateus 17: A Transfiguração e o Poder da Fé

Neste capítulo, Jesus leva Pedro, Tiago e João ao monte, onde é transfigurado diante deles. Moisés e Elias aparecem, representando a Lei e os Profetas.

Após descerem, Jesus cura um menino endemoninhado e ensina que a fé, mesmo pequena como um grão de mostarda, pode mover montanhas.

Por fim, Ele prediz novamente Sua morte e ensina sobre pagar tributos com um milagre envolvendo um peixe.

Versículos-Chave:

  1. “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo; escutai-o.” (17:5) – A autoridade suprema de Cristo.
  2. “Senhor, é bom estarmos aqui.” (17:4) – O desejo de Pedro de permanecer na glória da transfiguração.
  3. “Nada vos será impossível.” (17:20) – O poder da fé genuína.
  4. “O Filho do Homem será entregue nas mãos dos homens.” (17:22) – Jesus reafirma Sua missão.
  5. “Mas, para que não os escandalizemos… lança o anzol.” (17:27) – O ensinamento sobre submissão às autoridades sem perder a liberdade em Deus.

Promessa: A fé genuína pode mover montanhas (17:20).

Mandamento: Escutar a Cristo acima de qualquer outra voz (17:5).

Apontando para Jesus: Sua glória foi revelada na transfiguração, confirmando Sua divindade.

Mateus 18: O Maior no Reino e o Perdão Sem Limites

Neste capítulo, Jesus ensina sobre a humildade ao afirmar que o maior no Reino dos Céus é aquele que se torna como uma criança.

Ele alerta contra os escândalos, fala sobre disciplina na igreja e a importância de resgatar os que se desviam.

Pedro pergunta quantas vezes deve perdoar, e Jesus responde: “Setenta vezes sete” (18:22), ilustrando com a parábola do credor incompassivo.

Versículos-Chave:

  1. “Se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, de modo algum entrareis no Reino dos Céus.” (18:3) – A humildade é essencial para o discipulado.
  2. “Melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma pedra de moinho.” (18:6) – A gravidade de levar outros ao pecado.
  3. “Se teu irmão pecar contra ti, vai e repreende-o.” (18:15) – O princípio bíblico de resolver conflitos.
  4. “Onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou no meio deles.” (18:20) – A presença de Jesus entre os crentes.
  5. “Não te digo até sete, mas até setenta vezes sete.” (18:22) – O perdão deve ser ilimitado.

Promessa: Deus perdoa abundantemente aqueles que perdoam os outros (18:35).

Mandamento: Perdoar sem limites (18:22).

Apontando para Jesus: Ele é o modelo do perdão incondicional.

Mateus 19: O Casamento, as Riquezas e o Chamado ao Discipulado

Neste capítulo, Jesus ensina sobre o casamento e o divórcio, reafirmando o ideal de Deus para a união entre um homem e uma mulher.

Ele recebe as crianças e declara que delas é o Reino dos Céus. Em seguida, encontra o jovem rico, que, apesar de sua obediência à Lei, não quer abrir mão de suas riquezas para seguir a Cristo.

Jesus conclui afirmando que os últimos serão os primeiros no Reino.

Versículos-Chave:

  1. “O que Deus ajuntou não o separe o homem.” (19:6) – O casamento como uma aliança indissolúvel.
  2. “Deixai as crianças e não as impeçais de vir a mim.” (19:14) – O coração simples e puro é bem-vindo no Reino.
  3. “Vai, vende tudo o que tens e dá aos pobres… depois, vem e segue-me.” (19:21) – O desafio de renunciar às riquezas para seguir a Cristo.
  4. “É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no Reino de Deus.” (19:24) – A dificuldade das riquezas quando se tornam ídolos.
  5. “Muitos primeiros serão últimos, e muitos últimos serão primeiros.” (19:30) – O Reino de Deus inverte os valores do mundo.

Promessa: Deus recompensa aqueles que deixam tudo por amor a Cristo (19:29).

Mandamento: Não colocar as riquezas acima de Deus (19:21).

Apontando para Jesus: Ele é o único que pode oferecer a verdadeira vida eterna.

O Cuidado e a Proteção de Deus

Ao longo de Mateus 16, 17, 18 e 19, Deus nos revela Seu cuidado para com nossa saúde espiritual e emocional.

Jesus ensina sobre a importância da fé, do perdão e da dependência dEle em meio às lutas da vida. Ele nos fortalece para enfrentar desafios e nos protege de influências que poderiam nos desviar do propósito divino.

Deus Fortalece Nossa Identidade e Confiança: Mateus 16:16-18, Mateus 16:24

Pedro declara que Jesus é o Cristo, e Jesus responde que essa verdade é a rocha sobre a qual edificará Sua igreja. Essa passagem nos lembra que nossa identidade deve estar firmada em Cristo, e não em nossas inseguranças ou circunstâncias.

Jesus também nos convida a tomar nossa cruz e segui-Lo, garantindo que, ao perdermos nossa vida por Ele, encontraremos verdadeiro propósito e segurança.

Deus Revela Sua Glória e Poder para Nos Fortalecer: Mateus 17:2, Mateus 17:20

A transfiguração no monte mostrou a glória de Cristo, fortalecendo a fé dos discípulos. Em momentos de dificuldade, Deus nos revela Sua grandeza para renovar nossa esperança.

Além disso, Ele nos ensina que a fé, mesmo pequena como um grão de mostarda, pode mover montanhas. Isso nos assegura que, em nossas lutas emocionais, a confiança nEle nos capacita a superar qualquer desafio.

Deus nos Ensina a Viver em Comunhão e Perdão: Mateus 18:3, Mateus 18:22

Jesus nos chama a ter um coração humilde como o de uma criança, confiando nEle sem medo. Ele também nos instrui a perdoar ilimitadamente, pois o perdão liberta nossa alma do peso da amargura e nos permite viver em paz.

Deus Nos Ajuda a Desapegar das Riquezas e Confiar em Sua Provisão: Mateus 19:21, Mateus 19:29

Ao confrontar o jovem rico, Jesus ensina que a verdadeira segurança não está nas riquezas, mas na entrega total a Ele. Ele promete que aqueles que deixam tudo por amor a Ele receberão muito mais, incluindo paz e plenitude na vida eterna.

Deus Nos Acolhe e Nos Dá Valor: Mateus 19:14

Jesus recebe as crianças e declara que delas é o Reino dos Céus. Essa cena nos lembra que somos preciosos aos olhos de Deus e que Ele deseja que nos aproximemos dEle com fé e simplicidade.

Ao meditarmos nesses ensinamentos, somos convidados a confiar no amor e na proteção de Deus, deixando que Ele renove nossa mente e fortaleça nosso espírito.

O Pecado em Mateus 16–19

Os capítulos 16 a 19 do Evangelho de Mateus trazem ensinos profundos de Jesus sobre fé, discipulado, humildade e perdão.

No entanto, também revelam pecados recorrentes, tanto nos líderes religiosos quanto nos próprios discípulos.

Aqui exploramos alguns desses pecados, suas consequências e como podemos vencê-los à luz das Escrituras.

Incredulidade e Falta de Discernimento Espiritual

  • Pecado: Em Mateus 16:1-4, os fariseus e saduceus pedem um sinal a Jesus, apesar de já terem testemunhado Seus milagres. Esse pedido demonstra incredulidade e falta de discernimento espiritual.
  • Consequências:
    • A incredulidade impede a compreensão da verdade e distancia o coração de Deus (Hebreus 11:6).
    • Rejeitar os sinais de Deus endurece o coração e leva ao juízo divino (Lucas 16:31).
  • Fruto de Arrependimento: Desenvolver uma fé genuína baseada na Palavra e nos sinais que Deus já nos revelou (João 20:29). Buscar discernimento espiritual por meio da comunhão com Deus (Tiago 1:5).

Orgulho e Confiança na Força Humana

  • Pecado: Em Mateus 16:22-23, Pedro repreende Jesus por falar sobre Sua morte e ressurreição. Pedro confia em sua própria visão humana em vez de aceitar os planos divinos.
  • Consequências:
    • A resistência à vontade de Deus nos impede de experimentar Sua plenitude (Provérbios 3:5-6).
    • O orgulho leva à queda, pois coloca nossa vontade acima da soberania de Deus (Tiago 4:6).
  • Fruto de Arrependimento: Submeter-se à vontade de Deus, confiando que Seus caminhos são melhores que os nossos (Isaías 55:8-9).

Pequena Fé e Dúvida

  • Pecado: Em Mateus 17:19-20, os discípulos não conseguem expulsar um demônio e Jesus os repreende por sua pequena fé.
  • Consequências:
    • A falta de fé limita a manifestação do poder de Deus em nossa vida (Marcos 9:23).
    • A dúvida nos impede de experimentar milagres e respostas de oração (Tiago 1:6-7).
  • Fruto de Arrependimento: Cultivar uma fé firme através da oração e jejum (Mateus 17:21). Confiar em Deus sem vacilar, crendo que Ele é poderoso para agir (Hebreus 11:1).

Falta de Humildade e Espírito de Servir

  • Pecado: Em Mateus 18:1-4, os discípulos discutem sobre quem será o maior no Reino dos Céus, demonstrando ambição e falta de humildade.
  • Consequências:
    • A busca por grandeza impede a verdadeira comunhão com Deus (Lucas 14:11).
    • A arrogância gera conflitos e distancia as pessoas do Reino (Filipenses 2:3-4).
  • Fruto de Arrependimento: Tornar-se como uma criança em humildade e dependência de Deus (Mateus 18:4). Servir aos outros com amor e simplicidade, imitando o caráter de Cristo (Marcos 10:45).

Falta de Perdão e Amargura

  • Pecado: Em Mateus 18:21-22, Pedro pergunta quantas vezes deve perdoar e Jesus responde que devemos perdoar sem limites. Na parábola do credor incompassivo (Mateus 18:23-35), Jesus alerta sobre as consequências de não perdoar.
  • Consequências:
    • A falta de perdão traz tormento espiritual e emocional (Mateus 18:34).
    • Quem não perdoa não pode experimentar plenamente o perdão de Deus (Mateus 6:14-15).
  • Fruto de Arrependimento: Desenvolver um coração misericordioso, lembrando-se de como fomos perdoados por Deus (Efésios 4:32).

Apego às Riquezas e Idolatria do Dinheiro

  • Pecado: Em Mateus 19:16-22, o jovem rico deseja a vida eterna, mas não está disposto a abrir mão de seus bens por amor a Cristo.
  • Consequências:
    • O amor ao dinheiro afasta o coração de Deus (1 Timóteo 6:10).
    • A idolatria das riquezas impede a entrada no Reino dos Céus (Mateus 19:23-24).
  • Fruto de Arrependimento: Desapegar-se das riquezas e confiar na provisão de Deus (Mateus 6:19-20). Buscar primeiro o Reino de Deus, sabendo que Ele suprirá todas as nossas necessidades (Mateus 6:33).

Submersão

Contextualização Histórica e Cultural de Mateus 16–19

Autor e Data

O Evangelho de Mateus foi escrito por Mateus (Levi), um ex-cobrador de impostos e discípulo de Jesus. A tradição cristã primitiva atribui sua autoria a ele, e evidências indicam que foi direcionado especialmente a uma audiência judaica.

O livro provavelmente foi escrito entre 50 e 70 d.C., antes da destruição do Templo de Jerusalém.

Mateus enfatiza o cumprimento das profecias do Antigo Testamento, conectando Jesus ao Messias esperado por Israel.

  • Curiosidade: Mateus usa mais de 60 referências diretas ao Antigo Testamento, mais do que qualquer outro Evangelho.

O Contexto do Ministério de Jesus

Nos capítulos 16–19, Jesus intensifica Seu ensino sobre o Reino de Deus, preparando Seus discípulos para Sua morte e ressurreição.

Ele também confronta abertamente os fariseus e saduceus, que representavam a elite religiosa da época.

  1. Fariseus e Saduceus: Os fariseus seguiam rigidamente a Lei e a tradição oral, enquanto os saduceus rejeitavam a ressurreição e aceitavam apenas a Torá como Escritura autoritativa. Jesus critica a hipocrisia e incredulidade desses grupos (Mateus 16:1-4).
  2. A Geografia no Ministério de Jesus: Em Mateus 16:13, Jesus leva Seus discípulos a Cesareia de Filipe, uma cidade pagã repleta de templos dedicados a divindades gregas e romanas. É nesse local que Pedro confessa Jesus como “o Cristo, o Filho do Deus vivo” (Mateus 16:16).
  3. A Transfiguração: O evento ocorre em um “alto monte” (Mateus 17:1). Alguns estudiosos sugerem que seja o Monte Hermon, ao norte da Galileia. A presença de Moisés e Elias simboliza a Lei e os Profetas, apontando para Jesus como o cumprimento das Escrituras.

Cosmogonias e Concepção do Reino

Enquanto as cosmogonias antigas descreviam deuses caóticos e guerras entre divindades para justificar o poder terreno, Jesus revela um Reino fundamentado na justiça, na humildade e no serviço.

  1. O Reino como um Chamado ao Serviço: Ao contrário dos reis terrenos, que buscavam dominação e riqueza, Jesus ensina que “o maior no Reino dos Céus é aquele que se faz servo” (Mateus 18:1-4).
  2. A Salvação Não Baseada em Méritos Humanos: Muitos judeus da época acreditavam que a salvação estava ligada à descendência de Abraão e à obediência à Lei. Em Mateus 19:16-26, Jesus ensina que a salvação não vem por esforço humano, mas pela graça de Deus.
  3. Casamento e Divórcio: Os fariseus testam Jesus sobre a legalidade do divórcio (Mateus 19:3-9). Ele reforça o plano original de Deus para o casamento, citando Gênesis 2:24 e corrigindo interpretações permissivas da Lei.

A Estrutura Social e Econômica da Época

Nos tempos de Jesus, a sociedade judaica era estratificada e influenciada pela dominação romana.

  1. A Hierarquia Religiosa:
  • Sumo sacerdotes e saduceus: Aristocracia religiosa aliada a Roma.
  • Fariseus: Líderes religiosos que exerciam grande influência sobre o povo.
  • Escribas: Especialistas na Lei que interpretavam e ensinavam as Escrituras.
  • Zelotes: Grupo revolucionário contrário ao domínio romano.
  1. O Papel das Crianças: No mundo antigo, as crianças tinham pouco valor social. Em Mateus 19:13-15, Jesus valoriza as crianças, destacando sua humildade como um modelo para entrar no Reino dos Céus.
  2. Riqueza e Pobreza: O jovem rico em Mateus 19:16-22 representa a crença da época de que a prosperidade era um sinal da bênção de Deus. Jesus ensina que o apego às riquezas pode ser um obstáculo à vida eterna.

Outras Curiosidades Relevantes

  1. O Significado do Nome Pedro: Jesus chama Simão de Pedro (Πέτρος, Petros), que significa “pedra”, indicando seu papel na fundação da igreja (Mateus 16:18).
  2. A Moeda no Peixe: Em Mateus 17:24-27, Jesus instrui Pedro a pescar um peixe que contém uma moeda para pagar o imposto do Templo. Isso demonstra Sua soberania sobre a criação e Sua disposição em cumprir as leis judaicas sem abrir mão de Sua autoridade.
  3. A Parábola do Servo Incompassivo: A cultura judaica valorizava o perdão, mas o limite comum era três vezes. Jesus ensina que devemos perdoar “setenta vezes sete” (Mateus 18:21-22), indicando um perdão ilimitado.
  4. Os Primeiros Serão os Últimos: Em Mateus 19:30, Jesus ensina um princípio radical para a época: no Reino de Deus, os padrões sociais são invertidos, e os humildes e pequenos são exaltados.

Exegese e Hermenêutica dos Versículos-Chave de Mateus 16-19

1. “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.” (Mateus 16:16)

A confissão de Pedro é um dos momentos mais importantes do Evangelho. O termo grego para “Cristo” é Χριστός (Christos), que significa “Ungido” e equivale ao hebraico מָשִׁיחַ (Mashiach), apontando para Jesus como o Messias prometido no Antigo Testamento (Isaías 9:6; Daniel 9:25).

A frase “Filho do Deus vivo” enfatiza a divindade de Cristo e o fato de que Ele não é apenas um profeta ou líder espiritual, mas o próprio Filho de Deus (Salmo 2:7; João 1:14).

Essa confissão reflete a revelação divina concedida a Pedro, pois Jesus afirma que essa verdade não foi aprendida por meios humanos, mas foi revelada pelo Pai (Mateus 16:17). Essa verdade se harmoniza com João 6:68-69, onde Pedro reafirma: “Tu tens as palavras da vida eterna.”

Essa confissão é essencial para a fé cristã, pois Romanos 10:9 ensina que a salvação vem através do reconhecimento de que Jesus é o Senhor.

2. “Sobre esta pedra edificarei a minha igreja.” (Mateus 16:18)

O termo grego para “pedra” é πέτρα (petra), que se refere a uma rocha grande e inamovível, diferente de Πέτρος (Petros), que significa “pedrinha” ou “fragmento de rocha”.

A interpretação mais aceita na exegese protestante é que a “pedra” sobre a qual Cristo edificaria Sua igreja não é Pedro, mas a confissão que ele fez: que Jesus é o Cristo, o Filho do Deus vivo. Isso é confirmado por 1 Coríntios 3:11, onde Paulo ensina que “ninguém pode pôr outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo.”

A palavra “igreja” (ἐκκλησία, ekklesia) aparece aqui pela primeira vez no Novo Testamento. No grego clássico, significa “assembleia chamada para fora”, reforçando a identidade do povo de Deus.

A promessa de que “as portas do inferno não prevalecerão contra ela” aponta para a vitória definitiva da igreja sobre o poder do mal, conforme Efésios 1:22-23.

3. “Para trás de mim, Satanás!” (Mateus 16:23)

Jesus repreende Pedro com palavras severas porque ele tentava afastá-lo do caminho da cruz. O termo “Satanás” (Σατανᾶς, Satanás) significa “adversário” ou “opositor”. Essa expressão demonstra que qualquer pensamento contrário ao plano redentor de Deus é diabólico em sua essência.

Pedro, embora bem-intencionado, estava pensando de forma humana e não conforme os planos divinos. O verbo grego ὕπαγε (hupage), traduzido como “para trás”, indica uma ordem para sair imediatamente, assim como foi usado quando Jesus expulsou Satanás durante a tentação no deserto (Mateus 4:10).

Esse versículo reforça a necessidade de discernirmos entre nossos próprios desejos e a vontade de Deus. Isaías 55:8-9 nos lembra que os pensamentos de Deus são mais elevados que os nossos.

Além disso, essa passagem ensina que a cruz era essencial para a obra redentora de Cristo (Hebreus 9:22). Pedro só compreenderia plenamente essa verdade após a ressurreição e Pentecostes (Atos 2:23-24).

4. “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me.” (Mateus 16:24)

Jesus apresenta um chamado radical ao discipulado. A expressão “negar a si mesmo” vem do grego ἀπαρνησάσθω (aparnēsasthō), que significa “rejeitar completamente”, implicando uma rendição total da vontade própria.

“Tome a sua cruz” não se refere a dificuldades cotidianas, mas à disposição de sofrer por Cristo. No primeiro século, carregar uma cruz significava caminhar rumo à execução. Jesus estava dizendo que seguir a Ele requer disposição para morrer para o mundo (Gálatas 2:20).

“Siga-me” (ἀκολουθείτω, akoloutheitō) está no imperativo presente, indicando uma ação contínua. O discipulado não é um evento isolado, mas um compromisso diário.

Esse chamado reflete Romanos 12:1, que nos exorta a apresentar nossos corpos como sacrifício vivo. Também se harmoniza com Filipenses 3:8, onde Paulo considera tudo como perda em comparação com o conhecimento de Cristo.

5. “Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma?” (Mateus 16:26)

Aqui, Jesus destaca a futilidade das riquezas e do sucesso terreno em contraste com o valor eterno da alma. O verbo grego ὠφελεῖ (ōpheleî), traduzido como “aproveita”, significa “trazer benefício real”.

A ideia de “ganhar o mundo” pode envolver riqueza, poder e prazeres temporais, mas tudo isso é inútil se a alma for condenada. Jesus usa a palavra ψυχὴν (psychēn), que significa “alma” ou “vida”, indicando a dimensão eterna do ser humano.

Essa verdade se conecta a Eclesiastes 2:11, onde Salomão reconhece que todo esforço terreno é “vaidade e correr atrás do vento”.

O conceito também está presente em Lucas 12:16-21, onde Jesus conta a parábola do rico insensato que acumulou bens, mas perdeu sua alma.

A única maneira de garantir a vida eterna é entregar-se a Cristo, conforme João 3:16. Filipenses 3:7-8 reforça essa ideia ao afirmar que tudo é perda diante da excelência do conhecimento de Cristo.

6. “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo; escutai-o.” (Mateus 17:5)

Esta declaração divina ocorre durante a transfiguração de Jesus e ecoa as palavras de Mateus 3:17, quando o Pai expressa Seu prazer em Cristo no batismo. No grego, “Filho” (υἱός, huios) enfatiza a relação única e divina de Jesus com Deus.

A frase “em quem me comprazo” (εὐδόκησα, eudokēsa) significa “ter grande alegria, estar plenamente satisfeito”. Isso confirma que Cristo é o Messias aprovado por Deus (Isaías 42:1).

A ordem “escutai-o” (ἀκούετε αὐτοῦ, akouete autou) está no imperativo presente, indicando um chamado contínuo para ouvir e obedecer a Jesus. Isso aponta para a superioridade de Cristo sobre Moisés e Elias, que representavam a Lei e os Profetas.

Hebreus 1:1-2 reforça essa ideia, afirmando que Deus falou no passado pelos profetas, mas agora fala pelo Filho. A transfiguração confirma a identidade divina de Jesus e prepara os discípulos para Sua paixão e glória futura (2 Pedro 1:17-18).

7. “Senhor, é bom estarmos aqui.” (Mateus 17:4)

Pedro, ao testemunhar a glória de Jesus na transfiguração, expressa o desejo de permanecer ali. O verbo grego ἐστιν καλόν (estin kalon) significa “é agradável, excelente”, indicando que ele viu aquele momento como perfeito.

Sua sugestão de fazer tendas (σκηνάς, skēnas) pode ter sido uma referência à Festa dos Tabernáculos, que celebrava a presença de Deus no deserto (Levítico 23:42-43). No entanto, Pedro falhava em compreender que a glória de Cristo não deveria ser isolada, mas levaria à cruz antes da ressurreição.

Esse versículo reflete o desejo humano de permanecer em experiências espirituais intensas, mas a missão de Cristo exigia descer do monte e enfrentar a cruz. Assim como Pedro, muitas vezes queremos prolongar momentos de conforto espiritual sem aceitar o chamado ao discipulado e à missão (João 12:24-26).

8. “Nada vos será impossível.” (Mateus 17:20)

Jesus faz essa afirmação após repreender os discípulos por sua falta de fé ao não conseguirem expulsar um demônio. Ele usa a metáfora do grão de mostarda (κόκκον σινάπεως, kokkon sinapeōs), uma das menores sementes conhecidas na Palestina, para ilustrar que a fé genuína, mesmo pequena, pode gerar grandes resultados.

A palavra grega πίστις (pistis, “fé”) aqui não se refere apenas à crença, mas à confiança ativa e contínua em Deus. A ideia de mover montanhas (ὄρος μεταβάλῃ, oros metabalei) era uma expressão idiomática judaica para superar grandes dificuldades (Zacarias 4:7).

Essa promessa está condicionada a uma fé autêntica, alinhada com a vontade de Deus (Tiago 1:6-7; 1 João 5:14). Não significa que qualquer desejo pessoal será atendido, mas que aqueles que confiam plenamente em Deus verão Seu poder agir em suas vidas (Marcos 9:23).

9. “O Filho do Homem será entregue nas mãos dos homens.” (Mateus 17:22)

Jesus, pela segunda vez, prediz Sua morte e ressurreição. O termo “Filho do Homem” (υἱὸς τοῦ ἀνθρώπου, huios tou anthrōpou) é um título messiânico retirado de Daniel 7:13-14, indicando tanto a humanidade quanto a glória futura de Cristo.

A palavra “entregue” (παραδίδοται, paradidotai) está no presente passivo, sugerindo que essa entrega já estava determinada no plano divino (Atos 2:23). Isso mostra que Jesus não foi vítima do acaso, mas cumpriu voluntariamente a missão redentora (João 10:17-18).

O contraste entre “Filho do Homem” e “mãos dos homens” enfatiza a rejeição do Messias pelo próprio povo que Ele veio salvar (Isaías 53:3). Esse versículo aponta para a cruz como o centro do plano de Deus, algo que os discípulos ainda tinham dificuldade em aceitar (Lucas 24:25-27).

10. “Mas, para que não os escandalizemos… lança o anzol.” (Mateus 17:27)

Jesus instrui Pedro a pagar o imposto do templo de maneira milagrosa. O verbo σκανδαλίσωμεν (skandalisōmen, “escandalizar”) significa “fazer tropeçar”, indicando que Jesus evitava dar motivo para que os cobradores de impostos questionassem Sua obediência à Lei.

Embora como Filho de Deus Ele estivesse isento desse tributo (Mateus 17:25-26), Jesus demonstra humildade e submissão civil (Romanos 13:6-7). A moeda encontrada no peixe (στατῆρα, statēra) cobria o imposto de Pedro e de Jesus, mostrando que Deus provê para Seus servos.

Essa passagem ensina que, mesmo quando temos liberdade em Cristo, devemos evitar criar obstáculos desnecessários para os outros (1 Coríntios 8:9). Também destaca a soberania de Deus sobre todas as circunstâncias, inclusive nas necessidades materiais dos Seus filhos (Filipenses 4:19).

11. “Se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, de modo algum entrareis no Reino dos Céus.” (Mateus 18:3)

Jesus ensina que a entrada no Reino dos Céus exige uma mudança radical de atitude. O verbo “converter” (στραφῆτε, straphete) no grego está no passivo, indicando que essa transformação é obra de Deus na vida do crente.

A expressão “tornardes como crianças” não sugere infantilidade, mas sim humildade, dependência e pureza de coração. No contexto judaico, uma criança não tinha status social e dependia completamente dos pais, refletindo a necessidade de confiar inteiramente em Deus (Salmo 131:2).

Isso se conecta a João 3:3, onde Jesus diz que é necessário “nascer de novo” para entrar no Reino de Deus. A humildade mencionada aqui também se alinha com Tiago 4:6, que afirma que Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes.

Esse ensinamento corrige a mentalidade dos discípulos, que estavam discutindo sobre quem seria o maior (Mateus 18:1). O verdadeiro discipulado não busca posição ou reconhecimento, mas uma postura de entrega e confiança absoluta em Deus (1 Pedro 5:6).

12. “Melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma pedra de moinho.” (Mateus 18:6)

Jesus usa uma imagem vívida para descrever a gravidade de levar outros ao pecado. A “pedra de moinho” (μύλος ὀνικὸς, mylos onikos) era uma grande pedra girada por um jumento, pesada o suficiente para afundar rapidamente alguém no mar.

Esse julgamento severo enfatiza que escandalizar (σκανδαλίζω, skandalizō – fazer tropeçar) um dos “pequeninos” de Deus tem sérias consequências. Aqui, “pequeninos” pode referir-se tanto a crianças quanto a discípulos humildes e novos na fé (Mateus 18:10).

Essa advertência está alinhada com Romanos 14:13, onde Paulo instrui a não sermos motivo de tropeço para outros na fé. O pecado de conduzir alguém ao erro é tão grave que Jesus afirma que seria melhor enfrentar uma morte horrível do que sofrer o juízo divino (Lucas 17:1-2).

Isso ressalta a responsabilidade dos crentes em viver de forma íntegra, pois nossas ações influenciam os outros (1 Coríntios 8:9-12).

13. “Se teu irmão pecar contra ti, vai e repreende-o.” (Mateus 18:15)

Aqui, Jesus estabelece um princípio essencial para a resolução de conflitos dentro da comunidade cristã. O verbo “repreender” (ἔλεγξον, elenxon) implica uma correção firme, mas com o objetivo de restaurar e não condenar.

O termo “irmão” (ἀδελφός, adelphos) indica que este processo deve ocorrer dentro da família da fé. A abordagem é pessoal e discreta, sem exposição pública inicial, demonstrando a importância de preservar a dignidade do ofensor (Provérbios 25:9-10).

Esse princípio é confirmado em Gálatas 6:1, onde Paulo ensina que devemos corrigir aqueles que erram “com espírito de mansidão”. Também reflete Levítico 19:17, que instrui a não guardar rancor, mas confrontar o irmão para que não se torne culpado de pecado.

Se a repreensão privada não funcionar, Jesus ensina um processo gradual de disciplina eclesiástica (Mateus 18:16-17). O objetivo não é punir, mas reconciliar, conforme Efésios 4:32: “Sede bondosos uns para com os outros, perdoando-vos mutuamente, assim como Deus vos perdoou em Cristo.”

14. “Onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou no meio deles.” (Mateus 18:20)

Este versículo é frequentemente citado para justificar qualquer pequena reunião cristã, mas seu contexto imediato trata de disciplina eclesiástica (Mateus 18:15-19). Jesus assegura que Sua presença está com aqueles que buscam restaurar um irmão caído dentro dos parâmetros bíblicos.

A frase “em meu nome” (εἰς τὸ ἐμὸν ὄνομα, eis to emon onoma) implica agir sob a autoridade e caráter de Cristo, de acordo com Sua vontade. O verbo “reunidos” (συνηγμένοι, synēgmenoi) sugere um propósito comum em oração e busca pela vontade de Deus.

Essa promessa está alinhada com 2 Crônicas 7:14, onde Deus ouve e responde ao Seu povo que se humilha e ora. Também se conecta com João 14:13-14, onde Jesus promete agir em resposta à oração feita em Seu nome.

Embora o contexto trate de disciplina, a verdade se estende à comunhão cristã em geral. Sempre que crentes se reúnem para glorificar a Deus e buscar Sua vontade, Cristo está presente para guiar e abençoar (Hebreus 10:24-25).

15. “Não te digo até sete, mas até setenta vezes sete.” (Mateus 18:22)

Pedro achava que estava sendo generoso ao sugerir perdoar sete vezes, pois os rabinos ensinavam que perdoar até três vezes já era suficiente. No entanto, Jesus eleva esse padrão para “setenta vezes sete” (ἑβδομηκοντάκις ἑπτά, hebdomēkontakis hepta), uma expressão idiomática que significa um perdão ilimitado.

Isso se alinha com Colossenses 3:13, onde somos chamados a perdoar assim como Cristo nos perdoou. O perdão deve ser contínuo, refletindo a graça de Deus para conosco (Efésios 4:32).

Essa instrução refuta a mentalidade de guardar rancor ou estabelecer limites para a misericórdia. A parábola do servo impiedoso, que segue este versículo (Mateus 18:23-35), reforça que aqueles que receberam grande perdão de Deus devem perdoar os outros com a mesma generosidade.

O princípio aqui também se conecta com Gênesis 4:24, onde Lameque se vangloria de vingança ilimitada. Em contraste, Jesus ensina um Reino onde a justiça não é baseada em retribuição, mas em graça abundante (Romanos 12:19-21).

16. “O que Deus ajuntou não o separe o homem.” (Mateus 19:6)

Jesus reafirma a santidade e indissolubilidade do casamento, citando Gênesis 2:24. A palavra “ajuntou” (συνέζευξεν, synezeuxen) no grego sugere uma união profunda e permanente, criada por Deus. O termo implica não apenas um vínculo legal, mas uma fusão espiritual e emocional.

O contexto deste versículo é uma resposta aos fariseus que questionavam se era lícito o divórcio por qualquer motivo. Jesus explica que Moisés permitiu o divórcio por causa da dureza do coração humano (Deuteronômio 24:1-4), mas isso nunca foi o ideal divino.

Essa declaração ecoa Malaquias 2:16, onde Deus expressa Seu ódio pelo divórcio. O casamento é uma aliança (בְּרִית, berit), um compromisso sagrado que reflete a relação entre Cristo e a Igreja (Efésios 5:31-32).

Este ensino desafia a cultura atual, onde o casamento muitas vezes é tratado como um contrato dissolúvel. No entanto, Deus chama os casais à fidelidade, perdão e perseverança, lembrando que a união conjugal tem um propósito espiritual e eterno.

17. “Deixai as crianças e não as impeçais de vir a mim.” (Mateus 19:14)

Jesus repreende os discípulos que tentavam impedir as crianças de se aproximarem dEle. A palavra “impedir” (κωλύετε, kolyete) sugere uma barreira ativa, como se as crianças não fossem dignas da atenção de Cristo.

No contexto judaico, crianças não tinham status social. No entanto, Jesus demonstra que o Reino de Deus pertence àqueles que possuem um coração humilde, simples e dependente. Isso se alinha com Mateus 18:3, onde Ele ensina que devemos nos tornar como crianças para entrar no Reino.

O termo “vir” (ἔρχεσθαι, erchesthai) indica uma aproximação contínua. Isso implica que o convite de Jesus é constante e sem restrições. Esse ensino é reafirmado em Marcos 10:16, onde Jesus abençoa as crianças impondo Suas mãos sobre elas.

Isso nos ensina que ninguém é insignificante para Deus e que a fé genuína não é baseada em mérito, mas em dependência e confiança no Pai celestial.

18. “Vai, vende tudo o que tens e dá aos pobres… depois, vem e segue-me.” (Mateus 19:21)

Jesus responde ao jovem rico que buscava a vida eterna. O verbo “vai” (ὕπαγε, hypage) é um imperativo, indicando uma ação decisiva. “Vender tudo” não é um requisito universal para todos os crentes, mas uma prova específica para esse homem, que confiava mais em suas riquezas do que em Deus.

O verbo “seguir” (ἀκολούθει, akolouthei) no grego está no presente, denotando um chamado contínuo ao discipulado. Esse mesmo termo é usado quando Jesus chama os discípulos (Mateus 4:19).

Essa instrução reflete Deuteronômio 15:7-11, onde Deus ordena que Seu povo cuide dos necessitados. Também se conecta com Lucas 12:33, onde Jesus ensina que os tesouros celestiais são mais valiosos que os terrenos.

A resposta triste do jovem mostra que o coração pode estar preso às riquezas, dificultando a entrega total a Cristo (1 Timóteo 6:10). Deus nos chama a confiar nEle como nossa verdadeira segurança e tesouro eterno.

19. “É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no Reino de Deus.” (Mateus 19:24)

Esta hipérbole de Jesus ilustra a dificuldade de um coração apegado às riquezas entrar no Reino. A palavra “camelo” (κάμηλος, kamilos) pode significar tanto o animal como uma corda grossa usada em barcos. Ambas as imagens destacam algo humanamente impossível.

O “fundo da agulha” (τρῆμα ῥαφίδος, trēma rhaphidos) era um orifício minúsculo, tornando impossível a passagem de um camelo. Isso reforça a ideia de que a salvação não pode ser alcançada por mérito humano, mas é um dom da graça de Deus (Efésios 2:8-9).

O perigo não está na riqueza em si, mas na confiança nela (Provérbios 11:28). O problema do jovem rico (Mateus 19:22) exemplifica como as posses podem se tornar um obstáculo espiritual.

Jesus conclui que “para Deus tudo é possível” (Mateus 19:26), indicando que apenas pela transformação divina o homem pode ser liberto da idolatria do dinheiro e entrar no Reino.

20. “Muitos primeiros serão últimos, e muitos últimos serão primeiros.” (Mateus 19:30)

Jesus desafia a lógica humana sobre grandeza e recompensa no Reino de Deus. A palavra “primeiros” (πρῶτοι, prōtoi) refere-se àqueles que, segundo os padrões terrenos, parecem ter vantagem espiritual, status ou poder.

Essa inversão dos valores aparece ao longo da Escritura (Lucas 14:11, Tiago 4:6). Em Mateus 20:1-16, Jesus ilustra esse princípio na parábola dos trabalhadores da vinha, onde aqueles que chegaram por último receberam o mesmo pagamento que os primeiros.

Isso contraria a mentalidade meritocrática dos fariseus e ensina que a salvação e a recompensa no Reino não dependem do esforço humano, mas da graça de Deus (Romanos 9:16).

Esse versículo também alerta contra o orgulho espiritual. Aqueles que confiam em seus próprios méritos podem acabar sendo os “últimos”, enquanto os humildes e dependentes de Deus são exaltados (Mateus 5:3).

A lição final é que o Reino de Deus não segue os critérios do mundo. Deus recompensa segundo Sua soberana graça, e não segundo a lógica humana.

Termos-Chave

Os capítulos 16, 17, 18 e 19 do Evangelho de Mateus contêm expressões e conceitos ricos em significado, que podem ser desafiadores para o leitor moderno.

Abaixo estão explicações de termos-chave que ajudam a compreender o texto com maior profundidade.

Chaves do Reino dos Céus (κλεῖς τῆς βασιλείας τῶν οὐρανῶν – kleis tēs basileias tōn ouranōn)

  • Significado: Autoridade para abrir ou fechar acesso ao Reino.
  • Explicação: Em Mateus 16:19, Jesus promete a Pedro as “chaves do Reino”, um símbolo de autoridade espiritual. Na cultura judaica, “chaves” eram metáforas para o poder de ensinar e interpretar a Lei (Isaías 22:22). Essa expressão aponta para a responsabilidade dos apóstolos de proclamar o Evangelho e estabelecer doutrina (Efésios 2:20).

Transfiguração (μεταμόρφωσις – metamorphōsis)

  • Significado: Transformação visível e gloriosa.
  • Explicação: Mateus 17:2 descreve a transfiguração de Jesus, onde Seu rosto brilhou como o sol. O termo grego metamorphōsis significa “mudança de forma” e aparece em Romanos 12:2 para descrever a renovação espiritual. A transfiguração revela a glória de Cristo antes de Sua ressurreição e ecoa Moisés no Monte Sinai (Êxodo 34:29-30).

Shekinah (שְׁכִינָה – shekinah)

  • Significado: Presença manifesta de Deus.
  • Explicação: Em Mateus 17:5, uma nuvem luminosa envolve Jesus, Moisés e Elias, simbolizando a presença de Deus. Esse fenômeno é visto no Antigo Testamento na coluna de nuvem no Êxodo (Êxodo 40:34-38). A Shekinah não aparece explicitamente na Bíblia, mas é um termo rabínico para descrever a glória visível de Deus.

Escândalo (σκανδαλίζω – skandalizō)

  • Significado: Fazer tropeçar, levar ao pecado.
  • Explicação: Mateus 18:6 adverte contra causar escândalo aos pequeninos na fé. O verbo skandalizō originalmente descrevia uma armadilha para capturar animais. No contexto bíblico, refere-se a ações ou ensinos que desviam alguém da verdade (Romanos 14:13).

Setenta Vezes Sete (ἑβδομηκοντάκις ἑπτά – hebdomēkontakis hepta)

  • Significado: Perdão sem limites.
  • Explicação: Em Mateus 18:22, Jesus responde a Pedro que devemos perdoar “setenta vezes sete”. Esse número simboliza plenitude e graça abundante, contrastando com a vingança de Lameque em Gênesis 4:24. A ideia não é matemática, mas uma atitude de perdão constante (Efésios 4:32).

O Fundo da Agulha (τρῆμα ῥαφίδος – trēma rhaphidos)

  • Significado: Abertura minúscula, impossível de atravessar.
  • Explicação: Em Mateus 19:24, Jesus usa a imagem de um camelo passando pelo fundo de uma agulha para ilustrar a dificuldade de um rico entrar no Reino. Essa expressão era uma hipérbole comum para descrever algo impossível sem a ajuda divina (Marcos 10:27).

Primeiros e Últimos (πρῶτοι καὶ ἔσχατοι – prōtoi kai eschatoi)

  • Significado: Inversão dos valores humanos.
  • Explicação: Mateus 19:30 enfatiza que no Reino de Deus, aqueles que parecem importantes podem ser rebaixados, e os humildes exaltados. Essa ideia está presente no cântico de Ana (1 Samuel 2:7-8) e no ensino de Jesus sobre grandeza espiritual (Mateus 20:16).

Profundidade

Doutrinas-Chave em Mateus 16–19

Os capítulos 16 a 19 do Evangelho de Mateus contêm ensinos fundamentais de Jesus sobre Sua identidade, o discipulado, a igreja, a humildade, o perdão e o Reino de Deus.

Nesses capítulos, encontramos importantes doutrinas que moldam a fé cristã e nos ajudam a compreender a missão de Cristo, o propósito da igreja e os valores eternos do Reino.

Doutrina da Confissão e Senhorio de Cristo

  • Base Bíblica: Mateus 16:16 – “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.”
  • Perspectiva Teológica: A confissão de Pedro revela a identidade messiânica de Jesus como o Ungido de Deus (Χριστός, Christos). Este reconhecimento é essencial para a fé cristã (Romanos 10:9). O título “Filho do Deus vivo” indica Sua divindade e singularidade como o enviado de Deus. Essa doutrina ensina que a salvação é baseada na correta compreensão de quem Jesus é (João 14:6) e que Ele é o único mediador entre Deus e os homens (1 Timóteo 2:5).

Doutrina da Igreja e da Autoridade Espiritual

  • Base Bíblica: Mateus 16:18-19 – “Sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.”
  • Perspectiva Teológica: A palavra “igreja” (ἐκκλησία, ekklēsia) aparece aqui pela primeira vez no Novo Testamento e significa “assembleia chamada para fora”. Cristo declara que a igreja é edificada sobre a confissão de fé em Sua identidade (Efésios 2:20). Ele também concede autoridade (κλεῖς, kleis, “chaves”) para ligar e desligar na terra e no céu, indicando a responsabilidade dos discípulos em proclamar e aplicar a doutrina do Reino (Mateus 18:18).

Doutrina do Discipulado e da Renúncia

  • Base Bíblica: Mateus 16:24 – “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me.”
  • Perspectiva Teológica: Jesus ensina que o discipulado envolve negação do ego e disposição para sofrer por causa do Evangelho. O termo “tomar a cruz” implica rejeitar os desejos mundanos e seguir Cristo com obediência total (Lucas 9:23). Esse princípio está alinhado com a doutrina da santificação, em que o crente é transformado pela renovação da mente (Romanos 12:1-2) e chamado a viver em conformidade com Cristo (Gálatas 2:20).

Doutrina da Glorificação de Cristo

  • Base Bíblica: Mateus 17:2 – “E transfigurou-se diante deles, e o seu rosto resplandeceu como o sol.”
  • Perspectiva Teológica: A transfiguração de Jesus é uma revelação antecipada de Sua glória celestial (2 Pedro 1:16-18). O evento conecta Moisés (a Lei) e Elias (os profetas), mostrando que Cristo é o cumprimento da revelação do Antigo Testamento (Lucas 24:27). Esse episódio confirma a doutrina da glorificação, que assegura que os crentes também participarão da glória futura de Cristo (Filipenses 3:21).

Doutrina do Perdão Ilimitado

  • Base Bíblica: Mateus 18:22 – “Não te digo até sete, mas até setenta vezes sete.”
  • Perspectiva Teológica: Jesus ensina que o perdão deve ser contínuo e ilimitado. O número “setenta vezes sete” indica que não há limite para perdoar. Essa doutrina reflete o caráter de Deus, que perdoa abundantemente aqueles que se arrependem (Efésios 4:32). A incapacidade de perdoar revela um coração que ainda não experimentou plenamente a graça de Deus (Mateus 18:35).

Doutrina do Casamento como Aliança Indissolúvel

  • Base Bíblica: Mateus 19:6 – “Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem.”
  • Perspectiva Teológica: Jesus reafirma o casamento como uma instituição divina e permanente. O casamento reflete a relação entre Cristo e Sua igreja (Efésios 5:31-32). A doutrina do casamento ensina que ele deve ser honrado e preservado, pois é um pacto sagrado (Malaquias 2:14-16).

Doutrina da Salvação pela Graça e a Dificuldade das Riquezas

  • Base Bíblica: Mateus 19:24 – “É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no Reino de Deus.”
  • Perspectiva Teológica: Jesus ensina que a riqueza pode ser um obstáculo à salvação quando se torna um ídolo no coração do homem (1 Timóteo 6:9-10). A salvação não é conquistada por méritos ou posses, mas é um dom da graça de Deus (Efésios 2:8-9). O contexto aponta para a necessidade de depender totalmente de Deus, pois a salvação é impossível pelos esforços humanos, mas possível pelo poder divino (Mateus 19:26).

Bênçãos e Promessas em Mateus 16–19

Os capítulos 16 a 19 do Evangelho de Mateus apresentam importantes bênçãos e promessas de Deus para aqueles que confiam e seguem a Cristo.

Jesus ensina sobre a fé, o discipulado, a igreja, o perdão e a vida eterna, revelando verdades profundas sobre como receber e desfrutar das promessas divinas.

Cada promessa está ligada a uma condição, mostrando que a resposta humana à graça de Deus é fundamental para experimentar Suas bênçãos.

A Promessa da Edificação e Proteção da Igreja (Mateus 16:18)

  • Texto: “Sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.”
  • Bênção: A igreja de Cristo será inabalável, protegida e triunfante sobre as forças do mal.
  • Condição: A promessa é para aqueles que confessam Jesus como o Cristo e vivem como parte ativa do Seu corpo (Efésios 2:19-22). Quem rejeita Cristo ou se afasta da comunhão da igreja não experimenta essa proteção (Hebreus 10:25).

A Promessa da Glória para os Fiéis (Mateus 16:27)

  • Texto: “Porque o Filho do Homem virá na glória de seu Pai, com os seus anjos; e então recompensará a cada um segundo as suas obras.”
  • Bênção: Os fiéis receberão recompensa e entrarão na glória de Cristo.
  • Condição: Seguir a Cristo envolve negar a si mesmo, tomar a cruz e perseverar na fé (Mateus 16:24). Quem rejeita o chamado do discipulado não participará dessa recompensa (2 Timóteo 2:12).

A Promessa do Poder da Oração Comunitária (Mateus 18:19-20)

  • Texto: “Se dois de vós concordarem na terra acerca de qualquer coisa que pedirem, isso lhes será feito por meu Pai, que está nos céus.”
  • Bênção: Deus ouve e responde à oração dos que buscam Sua vontade em unidade.
  • Condição: Essa promessa é para aqueles que vivem em comunhão, em harmonia com seus irmãos, e oram de acordo com a vontade de Deus (1 João 5:14). A oração egoísta ou sem fé não recebe resposta (Tiago 4:3).

A Promessa do Perdão Ilimitado (Mateus 18:22-35)

  • Texto: “Não te digo até sete, mas até setenta vezes sete.”
  • Bênção: Quem perdoa recebe o perdão abundante de Deus.
  • Condição: A bênção do perdão está ligada à disposição de perdoar os outros (Mateus 6:14-15). Quem guarda rancor se coloca sob juízo (Mateus 18:34-35).

A Promessa de Vida Eterna para os que Seguem a Cristo (Mateus 19:29)

  • Texto: “E todo aquele que tiver deixado casas, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou mulher, ou filhos, ou terras, por amor do meu nome, receberá cem vezes tanto, e herdará a vida eterna.”
  • Bênção: Os que renunciam tudo por Cristo recebem recompensa eterna e bênçãos espirituais.
  • Condição: Seguir a Cristo pode exigir renúncia e sacrifício. Quem ama mais as riquezas, a família ou sua própria vida do que a Cristo não pode ser Seu discípulo (Lucas 14:26-27).

Desafios Atuais para os Mandamentos de Mateus 16–19

Os capítulos 16 a 19 do Evangelho de Mateus apresentam mandamentos fundamentais para a vida cristã, abordando temas como discipulado, humildade, perdão, casamento e renúncia.

Apesar de sua clareza, esses mandamentos enfrentam grandes desafios no mundo contemporâneo, onde valores secularizados e o individualismo dificultam sua aplicação prática.

Aqui exploramos os principais mandamentos desses capítulos, os desafios para sua vivência nos dias de hoje e como podemos enfrentá-los.

Mandamento: Negar-se a Si Mesmo e Seguir a Cristo (Mateus 16:24)

  • Texto: “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me.”
  • Desafios Atuais:
    • Cultura do Egoísmo: A sociedade incentiva a busca pela realização pessoal acima de tudo, tornando difícil abrir mão da própria vontade para seguir a Cristo.
    • Medo do Sofrimento: Muitos desejam um cristianismo confortável, sem sacrifício, rejeitando qualquer aspecto de sofrimento como parte da jornada cristã.
    • Prioridade de Prazeres e Conquistas: O desejo de sucesso e status pode ofuscar a disposição de viver para Cristo.
  • Respostas Teológicas: Jesus nos chama a uma entrega total (Romanos 12:1), lembrando que quem perde a vida por amor a Ele, a encontrará (Mateus 10:39). A verdadeira liberdade está na submissão à vontade de Deus (Gálatas 2:20).

Mandamento: Perdoar Sem Limites (Mateus 18:22)

  • Texto: “Não te digo até sete, mas até setenta vezes sete.”
  • Desafios Atuais:
    • Ressentimento e Cultura da Vingança: O mundo incentiva a retribuição e o cancelamento de pessoas, tornando o perdão algo desvalorizado.
    • Dificuldade em Superar Feridas: Muitos carregam mágoas profundas e encontram dificuldades em perdoar completamente.
    • Falsa Compreensão do Perdão: Alguns acreditam que perdoar significa ignorar o pecado ou permitir abusos, o que gera resistência ao ensino de Jesus.
  • Respostas Teológicas: O perdão é essencial para quem recebeu a graça de Deus (Efésios 4:32). Cristo nos ensina que perdoar não é opção, mas obrigação (Mateus 6:14-15), pois fomos grandemente perdoados.

Mandamento: Priorizar o Reino Acima das Riquezas (Mateus 19:21)

  • Texto: “Vai, vende tudo o que tens e dá aos pobres… depois, vem e segue-me.”
  • Desafios Atuais:
    • Materialismo e Consumo Excessivo: A sociedade moderna mede sucesso por bens materiais, tornando difícil a disposição de abrir mão deles.
    • Segurança nas Riquezas: Muitos colocam sua confiança em bens e dinheiro, em vez de confiar na provisão de Deus.
    • Medo de Perder Conforto: A ideia de sacrificar o que se tem por Cristo assusta muitos cristãos, que desejam seguir Jesus sem abrir mão de nada.
  • Respostas Teológicas: Jesus alerta que não se pode servir a Deus e às riquezas (Mateus 6:24). A vida não consiste na abundância de bens (Lucas 12:15), e a verdadeira riqueza está no Reino de Deus (Mateus 6:33).

Mandamento: Proteger e Valorizar a Instituição do Casamento (Mateus 19:6)

  • Texto: “O que Deus ajuntou não o separe o homem.”
  • Desafios Atuais:
    • Desvalorização do Casamento: A cultura moderna relativizou o compromisso conjugal, promovendo divórcio fácil e relacionamentos descartáveis.
    • Infidelidade e Impureza Sexual: A imoralidade sexual enfraquece casamentos, desconsiderando a aliança sagrada instituída por Deus.
    • Visão Egoísta do Relacionamento: O casamento muitas vezes é visto como algo que deve satisfazer necessidades individuais, em vez de um compromisso baseado no amor sacrificial.
  • Respostas Teológicas: O casamento reflete a relação entre Cristo e a Igreja (Efésios 5:25-32). Deus deseja que seja um compromisso permanente, baseado na fidelidade e no amor (Malaquias 2:16).

Mandamento: Ser Como Crianças para Entrar no Reino (Mateus 18:3)

  • Texto: “Se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, de modo algum entrareis no Reino dos Céus.”
  • Desafios Atuais:
    • Orgulho e Autossuficiência: O mundo incentiva a independência e o orgulho, tornando difícil cultivar a humildade necessária para depender de Deus.
    • Ceticismo Racionalista: A fé simples de uma criança é muitas vezes substituída pelo questionamento cético que impede a confiança em Deus.
    • Falta de Confiança em Deus: Muitos acham difícil se entregar completamente a Deus como uma criança confia em seus pais.
  • Respostas Teológicas: Jesus ensina que a grandeza no Reino não está na autoafirmação, mas na humildade (Filipenses 2:3-5). Devemos confiar em Deus com simplicidade e dependência, pois Ele cuida dos Seus (Salmo 131:1-3).

Desafio, Conclusão e Até Amanhã

Concluímos nossa reflexão de hoje reconhecendo que Mateus 16, 17, 18 e 19 não são apenas registros das palavras e ações de Jesus, mas instruções fundamentais para o discipulado, a humildade, o perdão, a renúncia e a confiança na soberania de Deus.

Nestes capítulos, Jesus ensina sobre a verdadeira identidade do Messias, revelando que Seu caminho inclui a cruz, e que seguir a Cristo exige negar a si mesmo.

Ele mostra que o Reino de Deus pertence aos humildes, àqueles que confiam como crianças, e que o perdão deve ser ilimitado. Também reforça a santidade do casamento e alerta sobre o perigo das riquezas quando se tornam um obstáculo para o Reino.

Diante dessas verdades, nosso desafio é viver de maneira digna do evangelho, com um coração entregue a Deus, rejeitando o egoísmo, praticando o perdão e buscando o Reino acima de qualquer bem material.

Abaixo, algumas perguntas finais para motivar sua prática diária:

1. Tenho colocado Cristo como minha prioridade suprema?

  • Pedro declarou que Jesus era o Cristo, o Filho do Deus vivo (Mateus 16:16). Você tem reconhecido Jesus como Senhor em todas as áreas da sua vida?
  • O que em sua vida pode estar ocupando o lugar que pertence somente a Cristo?

2. Estou disposto a negar a mim mesmo para seguir a Cristo?

  • Jesus disse que é necessário negar-se a si mesmo e tomar a cruz (Mateus 16:24).
  • O que Deus está pedindo para você abandonar para segui-Lo mais plenamente?

3. Como tenho tratado o perdão e os relacionamentos?

  • Jesus ensinou que devemos perdoar não apenas sete, mas setenta vezes sete vezes (Mateus 18:22).
  • Você tem guardado mágoas ou precisa liberar perdão a alguém?

4. Tenho valorizado o Reino de Deus acima de bens materiais?

  • O jovem rico se entristeceu porque não quis abrir mão de suas riquezas para seguir Jesus (Mateus 19:22).
  • Existe algo que você tem valorizado mais do que seu relacionamento com Deus?

5. Tenho vivido com humildade e confiança no Pai?

  • Jesus disse que devemos nos tornar como crianças para entrar no Reino dos Céus (Mateus 18:3).
  • Você tem confiado em Deus de forma simples e dependente, ou tem tentado resolver tudo por si mesmo?

Que o Espírito Santo o(a) guie nesta jornada de fé, trazendo entendimento da Palavra e capacitando-o(a) a viver segundo os princípios do Reino.

Amanhã seguimos para os próximos capítulos, aprofundando-nos ainda mais no ensino e na missão de Cristo.

Precisa de ajuda? Não esqueça de perguntar no WhatsApp.

Fique na paz.

Fábio Picco

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